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Reabrir os arquivos da ditadura é completar o ciclo da democratização, afirma Paulo Vannuchi

19 de junho de 2009 - 10:21

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RenattodSousa
Subcomissão
A tendência ao esquecimento abre precedente para a impunidade”, afirmou o ministro

 

O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, esteve presente, nesta sexta-feira, na reunião da Subcomissão de Acompanhamento da Abertura dos Arquivos da Ditadura Militar que aconteceu na Câmara Municipal. A Subcomissão é presidida pelo vereador Ítalo Cardoso (PT).

O ministro veio falar dos esforços do governo federal para abrir esses arquivos que contêm informações importantes sobre o período da ditadura militar no Brasil. “Além das pessoas diretamente atingidas que perderam familiares nessa época, o assunto é relevante para todo povo brasileiro. Porque reabrir os arquivos  é completar o ciclo da democratização”, afirmou Vannuchi.

O acesso aos arquivos vem sendo dificultado pelas forças armadas. “Eles afirmam que os documentos foram queimados, mas não acredito nisso. Há pessoas no Brasil que sabem onde estão essas informações”, disse Vannuchi.

São Paulo tem uma grande importância nesse contexto porque foi o maior centro de resistência clandestina ao regime militar e consequentemente de repressão e tortura. Em 1990, a Câmara Municipal criou uma CPI para investigar a vala de Perus, cemitério clandestino onde eram jogados os corpos dos mortos políticos e que fora descoberto à época. O vereador Ítalo Cardoso participou da CPI que teve repercussão nacional. “Essa Subcomissão  tem o objetivo de retomar  onde paramos em 1991. Agora com mais tempo e apoio”, afirmou ele.

“ A tendência ao esquecimento abre precedente para a impunidade. E a tortura ainda é um ato cometido na sociedade brasileira, precisamos retomar o assunto para que isso pare de acontecer”, concluiu o ministro.

Movimento Sem-Teto do Centro

Participantes do Movimento Sem-Teto do Centro ( MSTC) aproveitaram a presença do ministro para relatar as péssimas condições de vida em que famílias estão vivendo na Avenida 9 de Julho desde que foram expulsas do prédio do INSS, no centro de São Paulo. “ O prédio estava abandonado há 22 anos, mesmo assim expulsaram as famílias que agora não têm para onde ir e estão dormindo na rua” afirmou, Ivanete de Araújo, coordenadora do MSTC .

Além de Ítalo e Vannuchi participaram da reunião os vereadores Jamil Murad(PC do B) e João Antonio(PT). E também o deputado estadual José Candido(PT) e o presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Ivan Seixas.

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