Reitor da USP falou aos vereadores da CPI das Áreas Contaminadas sobre a contaminação da USP Leste Foto: Luiz França/CMSP |
Da Redação
“A terra [utilizada na construção] não foi colocada com a autorização da universidade. Foi uma decisão do antigo diretor”, afirmou o reitor da USP (Universidade de São Paulo), Marco Antonio Zago, referindo-se a José Boueri Filho, que está afastado da direção do Campus Leste desde setembro de 2013. As aulas da unidade serão retomadas na próxima segunda-feira (18/8).
O reitor da USP participou na manhã desta terça-feira da CPI das Áreas Contaminadas e prestou esclarecimentos aos vereadores que integram o colegiado. Para ele, não há provas suficientes de que haja uma contaminação das terras. Mesmo assim, foi aberto um processo administrativo disciplinar para examinar a autorização expedida para a colocação da terra, que soma 109 metros cúbicos.
Segundo Zago, os cerca de 4.700 estudantes podem ficar tranquilos, pois a autorização judicial [para reabertura do campus] veio depois que um estudo realizado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) mostrou que das 205 amostras de terra coletadas, apenas cinco sinalizaram possível contaminação e, mesmo assim, não apresentam risco à saúde humana ou ao meio-ambiente.
Presidente da CPI, o vereador Calvo (PMDB) sinalizou que irá convocar judicialmente os ex-diretores responsáveis diretamente pelo caso. “Queremos saber a origem dessa terra. Foram 6.300 caminhões cheios vindos de várias partes da cidade”, ressaltou.
No local onde foi construída a USP Leste funcionava um aterro de lixo orgânico. Esse tipo de material se decompõe com o tempo e passa a emitir metano, um gás tóxico e explosivo. No final do ano passado, a Cetesb atuou a universidade pelo descumprimento de determinações feitas pelo órgão, como a instalação de dutos para extrair o gás acumulado no solo. No início de 2014 a Justiça proibiu o retorno das aulas, já que a determinação não foi cumprida.
(12/08/2014 15h36)