Na Nigéria, religiosos do Candomblé e da Umbanda estão sendo perseguidos e mortos por conta da religião, com o advento de grupos extremistas como o Boko Haram. No Brasil, do outro lado do Oceano Atlântico, alguns terreiros são alvos de grupos intolerantes e os espaços para a oração e cultos estão sendo destruídos. Para promover o debate sobre a intolerância racial e com as religiões africanas, a Câmara Municipal de São Paulo cedeu o Salão Nobre para uma palestra sobre o tema.
O palestrante foi o arabá (chefe espiritual) Awodiram Agboola, um dos principais sacerdotes nigerianos. Um dos temas da conversa que ele teve com os presentes foi sobre membros de religiões cristãs que confundem o orixá esù (exú) com o demônio do cristianismo.
“Ele é o orixá mais atacado, usado como base por outras denominações religiosas por essa associação. Posso dizer com certeza que ele é o orixá mais próximo do ser-humano, ele é o movimento e o mensageiro. É ele que traz as benções”, afirmou o babalaô (sacerdote) Eduardo Ifasegun Agboola.
O evento foi feito com a ajuda dele e da liderança do PT.
O palestrante Awodiram Agboola defendeu um entendimento entre todas as religiões e a garantia do Estado para que as religiões possam fazer seus cultos sem que sejam atacadas pela intolerância.
“Nossa religião existe desde antes do cristianismo ou do islã. Precisamos de unidade de todas as religiões. Somos todos filhos do mesmo Deus. O governo do Brasil deve garantir a tolerância religiosa e não acobertar as pessoas que atacam as religiões dos orixás.”