RenattodSousa / CMSP
Especialistas e profissionais da área de comunicação afirmaram nesta segunda-feira (23/9) que um dos maiores desafios dos jornalistas e dos profissionais da área de comunicação atualmente é repensar como o jornalismo pode ser feito com o avanço da tecnologia e das diversas opções de acesso à informação. As considerações foram feitas durante debate sobre A comunicação em tempos de mobilidade e redes sociais, realizado para comemorar os 18 anos do informativo Jornalistas e Cia, em sessão solene na Câmara Municipal.
Jornalismo analítico
A crise nas empresas de comunicação, disse o diretor do Instituto Nacional de Ciências Sociais, Carlos Alberto Di Franco, está no modelo de negócio. Estamos produzindo o jornalismo como há 40 anos. Em um mundo que é de multitarefas e multiplataformas, é necessário produzir fundamentalmente conteúdo com alta qualidade técnica e ética. Devemos ir além, fazer um jornalismo analítico, talvez, até mesmo, de antecipação. O nosso ofício não é de ser nunca construtor, mas iluminar as cenas. A qualidade atrai e vende, e é sempre a melhor resposta no momento em que nós vivemos, analisou.
Credibilidade da informação
O presidente da Câmara Municipal, vereador José Américo (PT), é otimista em relação ao futuro dos jornalistas. As mídias sociais não substituirão a capacidade do jornalista de exercer o seu papel tradicional. Exemplo disso, é que, de acordo com as pesquisas que acompanho, durante os protestos nos meses de junho, as pessoas buscavam informações nos meios que têm maior credibilidade, disse.
Jornalismo cidadão
As mudanças nos meios de comunicação com as novas tecnologias foram importantes para a democratização da informação. É o que defendeu o professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), Manuel Carlos Chaparro. A possibilidade de termos a notícia no instante em que ela acontece mostra o avanço civilizacional que estamos vivendo, porque hoje os cidadãos podem espalhar ao mundo suas próprias notícias, por meio das redes sociais, blogs e outras plataformas, avaliou. Chaparro chama a atenção para a necessidade de os veículos de comunicação se adaptarem à nova realidade. É preciso que os meios impressos descubram suas novas vocações e estejam atentos as demandas sociais, acrescentou.
Apuração
Para o diretor executivo da revista Negócios da Comunicação, Audálio Dantas, é fundamental se pensar na maneira como as notícias estão sendo produzidas. O futuro da informação depende de um trabalho sério, com grande preocupação com a apuração. O debate não deve ser sobre a plataforma que será utilizada, mas de que maneira as notícias serão elaboradas, para que elas cheguem o mais completa para o público, destacou.
Comunicação Corporativa
O sócio diretor da Mega Brasil, Marco Antonio Rossi, também dissertou a respeito dos desafios da comunicação corporativa. Segundo ele, este é “um mercado exigente e sofisticado.”
Para Décio Paes Manso, presidente do Conselho de Administração do Grupo Maxpress, falou dos “horizontes para os negócios da comunicação corporativa”. De acordo ele, a tecnologia é indissociável a comunicação atual. Entretanto, “os filtros são necessários, pois há uma abundância de informação.”
A nova indústria
Já para Eduardo Ribeiro, diretor do Jornalistas&Cia, há hoje uma “busca pelo novo”. Os questionamentos residem em: como combinar o “novo” com o “tradicional”e mensurar seus impactos na cidadania.
(23/09/2013 – 23h01)