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Repórter do Futuro: Transporte fluvial pode ser uma das soluções para o tráfego em São Paulo

19 de novembro de 2015 - 19:03

Para o ex-secretário municipal de Transportes Frederico Bussinger, se pudéssemos utilizar nossos rios para navegação, estaríamos diminuindo a demanda sobre o transporte viário terrestre

POR KARINA BALAN

A construção de estruturas de transporte multimodal como as hidrovias pode ser uma alternativa para driblar o alto custo de manutenção de rodovias, o número cada vez maior de carros nas ruas e a poluição do ar. Para Frederico Bussinger, ex-secretário municipal dos Transportes, é preciso que haja outras possibilidades de deslocamento. “Não usamos a malha hidroviária para navegação nem de passageiros nem de carga, o que seria para mim uma coisa muito óbvia. Estamos desperdiçando a oportunidade. Se pudéssemos utilizar nossos rios para navegação, estaríamos diminuindo a demanda sobre o transporte viário terrestre”, disse o ex-secretário.

O transporte rodoviário representa hoje, segundo levantamento de 2014 feito pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), 65% dos investimentos da União em transporte, e compõe 52% da matriz de transportes brasileira, enquanto apenas 18% desta matriz é hidroviária. O percentual investido em transporte fluvial pela União foi de apenas 1,9%, de acordo com o Ministério dos Transportes. Bussinger ainda destaca as vantagens do transporte sobre águas. “É sabido que o transporte hidoviário é muito menos poluente e consome menos combustível, 90% da carga no mundo é transportada sobre água”, afirmou.

O Plano Diretor Estratégico (PDE) prevê a promoção do transporte de passageiros e cargas por meio do sistema hidroviário. O PDE pode ajudar a trazer de volta a discussão sobre transporte fluvial, que foi deixada de lado desde a sanção de projeto hidroviário em 2014, pelo prefeito Fernando Haddad. A realização do Hidroanel Metropolitano, objeto de estudo em 2009, contemplaria uma rede de 170 km de vias navegáveis, composta pelos rios Tietê e Pinheiros e pelas represas Billings e Taiaçupeba. Contudo, sua construção exigiria um investimento inicial de R$ 2 bilhões, não havendo previsão de data para sua implantação.

O ex-secretário defende o sistema hidroviário como uma das soluções para a redução do tráfego nas avenidas, e critica a morosidade na implementação de novos projetos.“A gente tem que analisar a oferta e a demanda. Já ouvimos o exemplo das bicicletas de Amsterdã, mas as pessoas vão para a Holanda e não veem a navegação urbana. Por que isso não tem o mesmo charme no Brasil? São Paulo é quase uma ilha, temos uma dádiva que são os recursos hídricos aqui em volta”, concluiu.

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* Nesta semana, foram selecionadas duas reportagens elaboradas por alunos do projeto ‘Repórter do Futuro’. A primeira tem a assinatura de Karina Balan; a segunda é de Ruam Oliveira.

O Portal da Câmara publica semanalmente os melhores textos de alunos que participam do projeto ‘Repórter do Futuro’ – uma parceria da Oboré (Projetos Especiais em Comunicação e Arte) com a Escola do Parlamento da Câmara Municipal, como uma maneira de estimular a excelência jornalística dos futuros profissionais do setor.

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