A Comissão Extraordinária de Relações Internacionais da Câmara Municipal de São Paulo se reuniu nesta quarta-feira (5/5) para uma reunião ordinária virtual que contou com a presença do embaixador Raymundo dos Santos Rocha Magno, representante do Eresp (Escritório de Representação em São Paulo) do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores.
A reunião foi aberta pelo presidente da Comissão, vereador Aurélio Nomura (PSDB), conduzida pela vice-presidente, vereadora Cris Monteiro (NOVO) e com participação dos membros André Santos (REPUBLICANOS), Arselino Tatto (PT) e Professor Toninho Vespoli (PSOL).
O embaixador explicou que existem escritórios de representação do Itamaraty em algumas das grandes cidades do país, e que o Eresp está à disposição para colaborar para a cidade. Segundo ele, o objetivo do Eresp é fazer a interlocução entre as autoridades federais com as autoridades estaduais e municipais, além das empresas da região onde o escritório está colocado. Magno ainda falou sobre os vários programas e trabalhos de divulgação do Brasil para o exterior, em áreas como Cultura, Turismo, Ciência e Tecnologia, Educação, entre outras.
Ciente da intenção da comissão de levar à frente proposta do vereador André Santos (REPUBLICANOS) de fomento ao ensino de idiomas na cidade, ele citou experiências que conheceu na Coreia do Sul e Cingapura de investimento maciço em Educação como vetor de desenvolvimento. “Uma abertura ao cenário global passa pela questão da língua estrangeira. Na área do Mercosul, por exemplo, houve uma decisão para se estudar de forma mais intensa o espanhol para aumentar a integração com os países vizinhos”, ressaltou.
O vereador Professor Toninho Vespoli perguntou sobre qual o papel do Itamaraty para a aquisição de vacinas contra a Covid-19. A dúvida era a mesma da vereadora Cris Monteiro, que agradeceu ao colega pelo questionamento.
O embaixador respondeu saber que a atuação do governo de São Paulo foi muito importante para o oferecimento e produção de vacinas no país. E explicou que trata-se de um tema concentrado pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa. Segundo ele, a aquisição direta pelo município pode ser feita através de um contato com um país que eventualmente possa fornecer o imunizante, com apoio do Itamaraty dentro das suas limitações, mas sempre de acordo com a aprovação da Anvisa.
O vereador André Santos quis saber sobre o tempo de atuação de Raymundo Magno na Bolívia. O embaixador contou das dificuldades práticas no início, como morar a mais de 3 mil metros de altitude. E também repassou por momentos do trabalho que incluiu intermediar uma fase de reaproximação das relações entre os dois países, promovendo reuniões entre os ministros, depois encontros e visitas entre os presidentes, que resultaram em iniciativas brasileiras em relação às fronteiras e, com o tempo, as relações foram se aquecendo. “A maior parte do gás que abastece aqui a região sul e sudeste do Brasil vem da Bolívia. Portanto, mantemos grande parte do PIB deles. É o país vizinho com quem temos a maior fronteira. Era fundamental que as relações fossem mais estreitas”, contou.
Requerimentos
Foram dois os requerimentos aprovados durante a reunião. Um de voto de pesar ao povo israelense, por conta de uma tragédia ocorrida em 9 de abril deste ano, quando durante o festival religioso Lag B’Omer, 45 pessoas morreram pisoteadas e mais de 100 ficaram feridas, após um tumulto.
O outro requerimento, de autoria do vereador Professor Toninho Vespoli, é de convite ao embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Antonio Gomez, para que participe da próxima reunião, para tratar a respeito das pesquisas da vacina Soberana, produzida por aquele país e estabelecer diálogo para aquisição de doses para São Paulo.