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Um comentário

Kátia Cilene

SP Turismo acabou com o automobilismo e esta acabando com o autódromo de Interlagos, a f1 com suas reformas tbm acabou com o autódromo não temos mais torre para ver a pista ou seja acabaram com a segurança do autódromo como pode fazerem isso é ninguém fazer nada fora f1 fora SP Turismo

Contribuições encerradas.

Reunião discute desestatização do Autódromo de Interlagos

Por: - DA REDAÇÃO

29 de novembro de 2016 - 21:20

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Em reunião presidida pelo vereador Mario Covas Neto (PSDB) nesta terça-feira (29/11), representantes do poder público, profissionais do automobilismo e sociedade civil discutiram a administração do Autódromo de Interlagos para 2017.

Desde 2005, por meio do decreto nº. 45.902, o autódromo é gerido pela SPTuris (São Paulo Turismo S/A), empresa de eventos e turismo da cidade. A proposta do prefeito eleito João Doria (PSDB) é privatizar o equipamento no próximo ano.

De acordo com o presidente da Federação de Automobilismo de São Paulo, João Bastos, o autódromo não tem atendido às demandas automobilísticas dos profissionais que trabalham no local.  “Para o automobilismo paulista está difícil conseguir datas em Interlagos. Acho que deve ter show, mas tem que dar preferência ao automobilismo. Não conseguimos formar pilotos porque não temos treinos durante a semana, o autódromo vive fechado para reformas. A Formula 1 vem todo o ano com reforma. Em outros países é organizado em 15 dias, no Brasil é 90, não é possível. As escolas de pilotagem não têm data para dar aulas”.

Para ele, a privatização “pode ajudar desde que tenha regras que priorizem o automobilismo. Lá também precisa de outras atividades que deem rendimento. Lá precisa de restaurante, banheiro decente. Hoje que se fala em multiuso porque são as arenas novas [construídas] para fazer show, mas tem tratamento diferente, o autódromo não foi criado para isso”.

O presidente da SPTuris, Alcino Rocha, enfatizou que aderir à privatização é uma alternativa para casos extremos, nos quais a qualidade e estrutura do equipamento estejam completamente comprometidos. Segundo ele, o governo municipal tem feito “equacionamento financeiro que permitisse à empresa gerar receitas que deem condições sem ter que recorrer ao erário municipal em manter o autódromo com as devidas atualizações”, sendo o aluguel de espaços dentro do autódromo como fonte de receita.

Ele afirma que “o risco de termos um equipamento desatualizado na cidade não estamos correndo porque o autódromo está sendo submetido já há dois anos por obras que deveriam ter sido completamente entregues, mas com a crise estamos vivenciando atrasos por parte dos recursos do Governo Federal”.

O consultor de Planejamento de Urbanismo e Engenharia, Cyro Laurenzi, que está trabalhando nas discussões de transição de gestão aponta que a principal bandeira defendida para a privatização em 2017 é a prioridade do automobilismo no autódromo. “São cerca de 15 mil pessoas envolvidas com o automobilismo. A única dificuldade é que eles [os profissionais] querem a exclusividade do automobilismo praticado no país, eles são contra a Fórmula 1. O que a administração atual tem tentado praticar é de ser um lugar de multiuso e o único problema é como administrar. O prefeito eleito tem certeza que a administração tem que ser feita por empresas privadas, colocando numa cartilha bastante clara o que deve ser cedido”.

Laurenzi aponta que a medida ainda está sendo discutida e que outras atividades podem ser realizadas desde que não prejudiquem essa finalidade. Além disso, ele afirma que o autódromo não tem como se autossustentar com uma única atividade, já que “as entradas e o volume de pessoas não são suficientes. A não ser que o Estado invista, é uma questão muito complexa”.

Em vista desse cenário, o vereador Mario Covas Neto e o secretário de Governo Floriano Pesaro acreditam que o tombamento do autódromo é uma forma para direcionar o funcionamento e preservação do equipamento. Eles também propõem nesse processo enviado ao Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental) a criação do museu do automobilismo.

“Interlagos é uma pista de corrida, essa foi a cessão original do terreno que foi doado. A gente precisa preservar o imaterial que é o automobilismo, o patrimônio esportivo que é o espaço e a cultura do automobilismo que está se perdendo por negligência administrativa do autódromo”, declarou Pesaro.

O secretário também destaca que é preciso “preservar empregos e geração de renda que se dá através da escola de pilotos e de mecânicos. Não há nada mais social que a escola de mecânicos do autódromo que formava centena de jovens que moram na região do Capão Redondo, do Campo Limpo, do Grajaú e que tinham a oportunidade de conhecimento através de cursos técnicos formados por mecânicos e podendo trabalhar na sua própria oficina”.

O vereador Mario Covas Neto enfatizou que o debate proporcionou as diretrizes a serem pensadas na próxima gestão. Ele também reitera que eventos dentro do parque podem ser realizados desde não inviabilizem as atividades automobilísticas. “Pelo o que a gente pode apurar, os profissionais externaram o desconforto que têm com a administração da SPTuris. O debate é ver como o autódromo vai ser gerido daqui para frente, considerando o interesse público e a relação que esses profissionais têm. Para Prefeitura manter alguns próprios que não são prioritários, acabam gerando um custo que pode ser aplicado em saúde, educação. Faltam investimentos. Deixar de gastar num lugar pra investir nessas coisas é uma decisão prioritária, mas não pode desconsiderar todas as pessoas que sobrevivem daquela atividade [do automobilismo]”.

O ex-piloto Wilson Fittipaldi também participou do evento.

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