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Revitalização do Arouche é debatida na Câmara

30 de setembro de 2017 - 12:48
André Bueno/C

Debate sobre revitalização do Largo do Arouche ocorreu na Câmara Municipal de São Paulo

 

MARIANE MANSUIDO
DA TV CÂMARA

A revitalização do largo do Arouche foi discutida durante Audiência Pública realizada nesta sexta-feira (29/9) na Câmara Municipal de São Paulo pela Comissão de Direitos Humanos.

Quando Helcio Beuclair, coordenador político do coletivo Arouchianos, assumiu que era bissexual percebeu que as coisas não seriam nada fáceis na região onde morava, na Bahia. Foi quando ouviu falar que em São Paulo havia um lugar mais acolhedor para o público LGBT. Esse espaço era o largo do Arouche, na região central de São Paulo.

André Bueno/CMSP

Helcio Beuclair

“Eu sou baiano, tentei suicídio três vezes, tenho uma história de vida bem complicada. E eu aqui, dentro da região do largo do Arouche, em São Paulo, encontrei uma nova chance pra viver. Sabe o que é você não poder dar um beijo no seu namorado, na sua namorada, na sua própria casa, na rua, no bairro? Então o largo do Arouche é um local pra socializar, paquerar, instigar e ter esperança.”

Hoje, ele lidera um coletivo, que entre outras causas reivindica a visibilidade do público LGBT no projeto de revitalização do largo do Arouche, que foi anunciado pela Prefeitura em parceria com empresas francesas e que já está em elaboração. Além de resolver problemas atuais do espaço, como iluminação, manutenção e segurança, o projeto quer reproduzir um boulevard francês e dar uma cara parisiense ao local. Mesmo favorável à reforma, a comunidade LGBT quer debater o Projeto para garantir que ele reconheça quem já frequenta a região.

Douglas Valentiny, presidente do Consulado das Famílias LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), diz que a região é muito representativa para o público.

“Esse lugar representa muito. Quando a gente se pergunta pra onde vai sair, já sabe que é pro largo do Arouche. E se tirar esse lugar, pra onde que a gente vai? Não tem nenhum outro lugar assim onde a gente possa se encontrar e se sentir à vontade. ”

André Bueno/CMSP

Douglas Valentiny

O largo do Arouche foi palco da resistência da comunidade LGBT durante a ditadura militar. Desde então esse público ocupa o espaço. Boa parte dos negócios que funcionam na região é voltada para essa comunidade.

O empresário Douglas Drummond é dono de um dos espaços mais frequentados do Arouche. Ele acredita que a revitalização é necessária, mas que deve reconhecer as pessoas que vivem lá.

“Por mais que seja um boulevard francês, é onde permanece a comunidade LGBT de São Paulo e o principal ponto turístico LGBT do Brasil. Essa oficialização da nossa comunidade, vivendo e trabalhando no largo do Arouche e região, é economicamente muito boa para São Paulo.”

O instituto Cidade em Movimento, uma ONG (Organização Não-Governamental) francesa que acompanha as transformações dos centros urbanos em todo o mundo, participou do diálogo entre a Prefeitura e as empresas francesas durante a ideia inicial da revitalização. Durante a Audiência Pública, a representante do instituto disse que a população do Arouche não está sendo consultada devidamente.

Luiza de Andrada, representante do Instituto Cidade em Movimento, diz que a criação desse novo espaço tem de ser construída junto com as pessoas que ocupam o local”.

“Isso se aplica em qualquer lugar. Como eu vou fazer uma calçada nova na frente de uma universidade sem escutar os usuários desse espaço? Essa mesma lógica de que acontecer aqui, mas lamentavelmente ela não está ocorrendo em nenhum lugar.”

André Bueno/CMSP

Sâmia Bomfim

A Prefeitura Regional da Sé e representantes do escritório de arquitetura responsável pelo projeto não estiveram na Audiência. A vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) disse que a Comissão vai pedir esclarecimentos aos responsáveis pelo Projeto.

“A gente vai encaminhar alguns requerimentos pra eles, para ter as informações que a gente queria ter na presença deles. Queremos saber do que se trata o projeto, se a comunidade LGBT vai ser respeitada e valorizada, qual o projeto que se tem para os comerciantes locais. Caso o projeto seja desenvolvido, que seja em parceria com a comunidade, e não com uma lógica de retirada deles daqui.”

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