Basta chegar um domingo ou um feriado para a rua Guaianases, em pleno centro de São Paulo, deixar de ter aquele movimento característico de rua comercial para tornar-se um lugar calmo, tranquilo e propício para a diversão. Durante esses dias, cavaletes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditam um trecho de 130 metros, entre as ruas Vitória e Aurora, para os automóveis.
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Moradora do trecho da rua, Maria Amélia dos Santos é uma das mais entusiastas com o fechamento. “É o melhor lazer paras as crianças. Eu tenho dois netos, o Lucas e o Felipe, de 11 anos, que não moram aqui, mas sempre vêm para cá jogar bola”, diz. Maria Amélia, que vive no local há 23 anos. Segundo ela, além das peladas, os moradores também fazem festas e churrascos.
O colombiano Victor Afonso Herpia é dono de um restaurante de comidas típicas do seu país há cinco meses e compartilha da mesma opinião de Maria Amélia. “Apesar de causar um pouco de trânsito nos dias em que o trecho da rua é fechado, por outro é ótimo para as crianças. Sou pai e sei bem disso”. Herpia acredita que é muito importante esse tipo de política, pois proporciona mais espaços de lazer para a comunidade. Segundo ele, em Bogotá, cidade onde nasceu, algumas ruas também são fechadas para os automóveis e abertas para os pedestres por um determinado período.
São Paulo possui mais de mil ruas cadastradas no programa Ruas de Lazer, mas muitas delas não estão sendo aproveitadas pela população. Atualmente, a prefeitura está fazendo o recadastramento das vias. Para fazer parte do programa, a rua deve ter pouco movimento de carros, não deve possui igrejas, hospitais, cemitérios, linhas de ônibus, ponto de táxis e também não pode estar a menos de dois quilômetros de outra rua cadastrada no programa.
Um comerciante, que prefere não se identificar, faz parte do grupo que entrou com o pedido de cadastramento da rua Guaianases junto à subprefeitura, em 2011. Segundo ele, essa foi uma luta de anos e a via melhorou bastante após tornar-se Rua de Lazer, pois não há mais usuários de drogas circulando pelo local. “Hoje acontecem reuniões mensais com a polícia comunitária. Tentamos levar bastante gente, mas não conseguimos juntar mais de 50 pessoas.”
Nesta semana, o Portal da Câmara Municipal publica uma série de reportagem sobre a apropriação das ruas pela população para o lazer.