De acordo com o boletim Vacinômetro, da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade de São Paulo aplicou 27.289.922 de doses de vacinas contra a Covid-19 até esta sexta-feira (11/2).
Os dados demonstram que foram aplicadas 11.502.584 de primeiras doses, 10.194.014 de segundas doses e 336.327 de doses únicas, além de 5.325.750 de doses adicionais.
Em adolescentes de 12 a 17 anos foram aplicadas, até o momento, 963.500 de primeiras doses e 819.302 de segundas doses.
Em crianças de 5 a 11 anos até o momento foram aplicadas 744.778 doses, o que representa uma cobertura vacinal de 68,8% da cobertura vacinal neste público.
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De acordo com o boletim diário mais recente, publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, sobre a pandemia do novo coronavírus, até sexta-feira (11/2), a capital paulista totalizava 40.632 vítimas da Covid-19. E havia, ainda, 1.814.062 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, um gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade e Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo nesta sexta-feira (11/2) é de 69,5%. Já a ocupação de leitos de enfermaria está em 66,8%.
No Estado, a taxa de ocupação em UTIs está em 69,5%. E nos leitos de enfermaria está em 61,3%. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
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A Rede Vírus, iniciativa vinculada ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e formada por diversas universidades e centros de pesquisa de todo o país, fez um balanço nesta quinta-feira (10/2) de seus dois anos de criação.
O grupo foi criado em fevereiro de 2020 com o objetivo de buscar conhecimento científico sobre o novo coronavírus e, ainda, projetos de desenvolvimento de insumos, medicamentos, vacinas e equipamentos para serem utilizados no atendimento de pacientes.
A Rede Vírus é um comitê que reúne especialistas, representantes de governo, agências de fomento do ministério, centros de pesquisa e universidades com o objetivo de integrar iniciativas em combate a viroses emergentes.
Segundo o ministro Marcos Pontes, que participou da apresentação, os investimentos chegaram a mais de R$ 1 bilhão, sendo R$ 458 milhões em projetos de pesquisa e R$ 600 milhões em apoio ao desenvolvimento de produtos por empresas, como ventiladores mecânicos para suporte a pacientes com a doença.
A Rede Vírus organizou diversos grupos com finalidades específicas. A Rede envolveu 15 estratégias e 10 projetos financiados pelo ministério, de instituições como as federais de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Viçosa e da Universidade de São Paulo.
No chamamento de ensaios clínicos das fases I e II, de produção de vacinas contra Covid-19 com IFA (Ingredientes farmacêuticos ativos) fabricados no Brasil ou em acordos de transferência de tecnologia, cinco projetos foram qualificados: da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), da USP (Universidade de São Paulo), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem).
Uma das vacinas, denominada Corona-ômica, reuniu 12 instituições de pesquisa para atuar conjuntamente no sequenciamento genético do vírus. Atualmente, ela é responsável por 60% do sequenciamento do novo coronavírus realizado no país.
Segundo o coordenador da rede, Fernando Rosado, da Universidade Feevale (RS), o trabalho foi importante para monitorar o surgimento e a disseminação de variantes do novo coronavírus, como a Delta e, mais recentemente, a Ômicron.
Outra frente foi a rede de diagnósticos, que envolveu a participação de instituições como a Universidade de São Paulo, a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Butantan e a Universidade Federal de Minas Gerais.
Na avaliação da coordenadora da rede e professora da UFMG, Ana Paula Fernandes, os integrantes tiveram um “grande desafio” diante do déficit de insumos, de tecnologia e de conhecimento científico.
A coordenadora elencou como resultados a realização de diversos testes em todo o país, o registro de um teste de antígeno juntamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária pela Fundação Oswaldo Cruz e a criação do Centro Nacional de Vacinas na UFMG.
Ainda na área de diagnósticos, foi criada uma Rede de Laboratórios de Campanha, coordenada pela UFMG. O grupo reúne 14 universidades, nas cinco regiões do país. Segundo o coordenador da rede, professor André Massesini (UFMG), a montagem da rede contribuiu para ampliar a capacidade de testagem do país.
Ações e Atitudes
Um estudo inédito conduzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) buscou caracterizar a situação de um contingente de mais de 2 milhões de trabalhadores da área da Saúde, de nível técnico e auxiliar, os quais exercem atividades de apoio na assistência, no cuidado e no enfrentamento à pandemia de Covid-19. A pesquisa aponta que essas pessoas, muitas vezes consideradas invisíveis e periféricas do serviço de saúde, enfrentam uma realidade de desigualdades, exploração e preconceito.
Segundo os dados divulgados nesta quinta (10/2), 80% deles vivem situação de desgaste profissional relacionado ao estresse psicológico, à sensação de ansiedade e ao esgotamento mental. Além disso, a falta de apoio institucional foi citada por 70% dos participantes do estudo e 35,5% admitiram sofrer violência ou discriminação durante a pandemia. Entre as agressões, 36,2% ocorram no ambiente de trabalho, 32,4% na vizinhança e 31,5% no trajeto casa-trabalho-casa.
Os resultados apontam ainda que 53% destes trabalhadores não se sentem protegidos contra a covid-19 no trabalho e 23,1% têm medo generalizado de se contaminar. A falta, escassez e inadequação do uso de equipamentos individuais de proteção foram relatados por 22,4% e a ausência de estruturas necessárias para efetuar o trabalho por 12,7%. Além disso, 54,4% consideram que houve negligência em relação à capacitação para lidar com a doença.
Outro dado destacado no estudo diz respeito ao excesso de trabalho, relatado por 50,9% dos entrevistados. As exigências físicas e mentais foram consideradas muito altas por 47,9% deles. Houve menções a pressão temporal, interrupções constantes, repetição de ações e movimentos, pressão pelo atingimento de metas e tempo reduzido para descanso.
Ao todo, foram entrevistados 21.480 trabalhadores de 2.395 municípios distribuídos em todas as regiões do país. Eles foram perguntados sobre as condições de vida, o cotidiano do trabalho e a saúde mental. Os pesquisadores da Fiocruz avaliam que o estudo descortinou uma dura realidade de pessoas cujas vidas são marcadas pela ausência de direitos sociais e trabalhistas. Cumprindo ordens de forma silenciosa e invisibilizados pelas instituições, eles precisam lidar com situações de adoecimento, de desestímulo em relação ao trabalho e de desesperança.
O estudo traçou ainda o perfil desses trabalhadores: 72,5% deles são mulheres e 59% pretos ou pardos. A faixa etária entre 36 e 50 anos representa 50,3% dos trabalhadores, enquanto 32,9% possuem até 35 anos. Apesar de serem jovens em sua maioria, 23,9% relataram ter alguma comorbidade como hipertensão, obesidade, doenças pulmonares, depressão e diabetes.
Pouco mais da metade (52,6%) trabalha nas capitais e regiões metropolitanas. Em relação ao tipo de estabelecimento de atuação, os hospitais públicos foram mencionados por 29,3%, as unidades de atenção primária em saúde por 27,3% e os hospitais privados por 10,7%.
Os resultados da pesquisa também revelam que 85,5% desses trabalhadores possuem jornada de até 60 horas semanais e 25,6% necessitam de outro emprego para sobreviver. Segundo os pesquisadores, muitos possuem atividades extras como pedreiro, ajudante de pedreiro, segurança ou porteiro de prédio residencial ou comercial, moto táxi, motorista de aplicativo, babá, diarista, manicure e vendedores ambulantes.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta sexta-feira
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