Com todos os esforços clínicos, científicos e econômicos do prefeito Bruno Covas e do governador do Estado João Dória, a pandemia do coronavírus deve registrar centenas de mortos na cidade e no Estado. A velocidade e a agressividade da doença, somadas ao potencial da contaminação populacional (quase 12 milhões de habitantes só na Capital) impõe a estratégia correta de isolamento social das pessoas. Pobres ou ricos, todos estamos vulneráveis à transmissão do vírus.
A questão que quero abordar aqui é: e após o Coronavírus? Sociólogos, psicólogos, psiquiatras, economistas e antropólogos, entre tantos cientistas fazem suas análises globais e setoriais sobre “o dia seguinte”. Respeitando todas as posições, tomo a ousadia de afirmar que São Paulo não será mais a mesma após superarmos essa pandemia.
Quem anda pelas periferias da cidade, como este vereador, por Cidade Tiradentes, Guaianazes, Itaquera (entre outros) e que visita bolsões de miséria em bairros de populações mais abastadas como Aclimação, Cambuci, Vila Mariana ou Ipiranga, conhece bem as dificuldades de famílias pobres, pais e mães desempregados, pessoas que sobrevivem modestamente com bicos e até ajuda de parentes e amigos. Posso testemunhar que a histórica desigualdade econômica e social mostra-se, agora, à toda sociedade, de forma mais latente e escancarada, o abismo que vivemos.
Muitas iniciativas vêm sendo adotadas neste momento de grave crise humanitária, e tomara, algumas delas se consolidem pós-epidemia do Covid-19. Eis “o dia seguinte”.
Nesse conjunto de propostas sócioeconômicas, este vereador elaborou projeto de lei que cria o Cartão Alimentação da Prefeitura de São Paulo. A iniciativa neste momento é oferece mais um mecanismo de auxílio a famílias carentes com sua sobrevivência (crianças, idosos, pais). Através dele, a ideia é que essas famílias, devidamente cadastradas pela Prefeitura, tenham acesso a cestas básicas (nos moldes das distribuídas pelos CRACs). Importante destacar que esta iniciativa tem a autoria também de outros vereadores que contribuíram na sua elaboração e a coautoria de vários outros vereadores que subscrevem o projeto de vários partidos.
Os recursos para custear esse programa viriam de fundos transferidos para a Conta Única do Tesouro Nacional constantes do artigo 8° da Lei número 17.335 de 27 de Março de 2020. Ou seja: dinheiro existe. Mas há ainda um trâmite legal para essa proposta dos vereadores se tornar realidade.
E, aí sim, talvez, no futuro, passada a tormenta desta pandemia, o Cartão Alimentação fique valendo inclusive para os tempos de bonança, que, queira Deus, esteja o mais próximo possível. É mais uma iniciativa de Câmara Municipal de São Paulo que, entre tantas outras esferas estaduais e federais, talvez contribua para uma sociedade mais justa, menos desigual com mais saúde, habitação, educação, segurança e progresso a todos.
Está em nossas mãos, de todos os políticos – municipais, estaduais e federais, e nas mãos de cada cidadão, uma cidade, um Estado e um País diferente, próspero, com trabalho e progresso a todos. Certamente, esta é a maior lição de podemos tirar de uma tragédia mundial sem precedentes. Que Deus nos abençoe!