Em sua palestra, Kal do Carmo discorreu sobre a saúde do trabalhador em geral e abordou a evolução da sociedade ao longo do tempo na compreensão das capacidades das pessoas com deficiência e em seu potencial produtivo. “Um erro ainda comum é as empresas anunciarem que estão contratando pessoas com deficiência. É preciso ter clareza de que o que se contrata é um trabalhador para realizar um determinado trabalho, e que ele pode ter alguma deficiência. A empresa que sabe essa diferença faz a inclusão da maneira correta e consegue obter o melhor desse trabalhador em termos de produtividade”, explicou.
José Carlos do Carmo é médico, auditor fiscal da SRTE-SP e da Câmara Paulista pela Inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho Formal. É autor do livro Construindo a Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho A Experiência na Indústria da Construção Pesada no Estado de São Paulo, que virou referência para outros segmentos da economia e segue obtendo importantes reconhecimentos.
Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e com mestrado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, foi presidente do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz e do Diretório Central de Estudantes da USP, além de diretor da União Estadual dos Estudantes. Como médico, trabalhou durante três anos em Angola, na África.
Defesa da Lei de Cotas
Segundo Kal do Carmo, a Lei 8.213 mais conhecida como lei decotas tem se revelado um instrumento essencial na promoção da inclusão de trabalhadores com deficiência no mercado de trabalho formal. “Sou favorável às políticas afirmativas, porque percebo o resultado que produzem. A lei de cotas permitiu que o Ministério de Trabalho atue para garantir o exercício do direito ao trabalho por uma parte expressiva da população brasileira”, disse.
A lei de cotas prevê que as empresas com 100 ou mais empregados devem reservar um percentual de vagas para trabalhadores com deficiência, que varia entre 2% e 5%.
O Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) apurou que 24,5% da população afirmaram ter algum tipo de limitação para se locomover, ouvir ou enxergar. Esse número inclui pessoas idosas e obesas, além das que têm visão monocular (cegueira em um olho). Estima-se que cerca de 15% dos brasileiros têm deficiências classificadas pelo Ministério do Trabalho como elegíveis para contagem de percentuais de reserva de vagas previstas pela Lei de Cotas.
Sobre o curso
O curso, de complementação universitária em jornalismo e gratuito, é realizado em parceria pela Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, a Oboré Projetos Especiais e a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Conta com o apoio do Sinpro-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Cátedra Unesco de Comunicação, Hospital Premier MAIS, NH Photos, IPFD (Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais), além das revistas Samuel, Brasil Atual, Caros Amigos, Fórum, Imprensa, Le Monde Diplomatique Brasil, Piauí e do blog O Xis da Questão Mídia, Jornalismo e Atualidade, do jornalista Manuel Carlos Chaparro. (da Redação)
(28/04/2014 – 14h12)