A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher recebeu nesta quarta-feira o secretário adjunto de Saúde, José Maria da Costa Orlando, para a prestação de contas da pasta referente ao 1º trimestre de 2012.
Com um orçamento previsto de mais de R$ 6 bilhões, Orlando disse que nos três primeiros meses deste ano 26,2% das metas já foram executadas. Se dividirmos o ano em quatro trimestres, deveríamos ter feito 25% do previsto, mas já superamos esse índice, disse.
Ainda durante a apresentação, que reuniu mais de 300 pessoas, Orlando afirmou que a Lei Complementar 141/12 (antiga emenda 29), que prevê que um percentual de 15% da arrecadação de impostos deve ser revertido para a saúde, já foi cumprida por São Paulo. Segundo ele, até agora foram 19% destinados à área.
Durante a prestação de contas, o secretário adjunto foi questionado sobre diversos problemas percebidos na cidade, como a falta de médicos, mencionada pela vereadora Juliana Cardoso (PT). Sabemos que existem muitos médicos na cidade, mas o que falta é gestão para que esses profissionais atendam em toda São Paulo, disse a vereadora.
Em resposta, Orlando garantiu que a Secretaria tem desenvolvido ações para atender à demanda. Existem sim muitos médicos na cidade, mas são poucos os que aceitam trabalhar no extremo da periferia. Para estimulá-los, flexibilizamos a jornada para 20 horas semanais (antes eram 40 horas), contratamos mais profissionais e também oferecemos salários convidativos. No entanto, isso ainda não supre toda a necessidade de São Paulo, explicou.
Também presente na reunião, o vereador Claudio Prado (PDT) questionou o Executivo sobre políticas públicas voltadas para idosos. Questão também levantada pela representante do Grande Conselho Municipal do Idoso Maria do Socorro Alves. Moradora da região de Itaquera, ela reclamou da falta do Prohdom (Programa Hospitalar Domiciliar de Atendimento e Internação Domiciliar) na Zona Leste.
A Secretaria tem o serviço de acompanhante do idoso. Em relação ao Prohdom, ainda não temos condições de atender todas as áreas, respondeu Orlando.
Sobre a retirada dos seguranças dos Centros de Atenção Psicossocial e Unidades Básicas de Saúde da Zona Leste, o Executivo garantiu que desde ontem todos os serviços já estão com vigilantes 24 horas por dia.
A falta de leitos nos hospitais e de medicamentos no programa municipal Remédio em Casa também foi apontada pela população. Já estamos com os processos em andamentos para a construção de três novos hospitais nas Zonas Norte, Leste e Sul para aumentar em até 200 novos leitos, argumentou Orlando. Em relação ao programa municipal, pode enfrentar pontualmente a falta de abastecimento de algum medicamento, mas o projeto é um sucesso e uma facilidade para todos. Só no ano passado foram mais de 27 milhões de prescrições atendidas, acrescentou.
Presidente da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, o vereador Jamil Murad (PCdoB) avaliou como positiva a audiência pública de prestação de contas. Percebemos que existem problemas variados, mas não podemos deixar de dizer que existem equipamentos que funcionam. Nós sabemos que a área da saúde ainda deixa muito a desejar e, por isso, vamos fiscalizar e realizar vistorias em equipamentos públicos porque não podemos deixar as coisas como estão, declarou Jamil Murad.
(30/5/2012 – 17h20)