A Prefeitura de São Paulo abrirá concurso público para todos os cargos da área da saúde ainda neste ano. De acordo com o secretário da Saúde, José de Filippi Junior, pelo menos mil profissionais devem ser contratados até o final do ano para melhorar a rede municipal de atendimento.
O anúncio do secretário aconteceu durante um evento promovido na Câmara Municipal para comemorar o Dia Mundial da Saúde. Segundo o representante do Executivo, hoje a secretaria tem 35 mil profissionais contratados, o que representa uma defasagem de, pelo menos, 20% da necessidade da população paulistana. Precisamos de muitos profissionais para dar conta da demanda, mas neste ano ainda não é possível contratar todos. No entanto, esperamos ter pelo menos mil novos profissionais na rede da saúde, adiantou Filippi.
A representante da União dos Movimentos Populares de Saúde Carmen Mascarenhas, que entregou uma carta da Plenária da Saúde ao secretário nesta quarta-feira com 14 prioridades para a população, comemorou o anúncio. Entre as nossas reivindicações, falamos sobre a falta de profissionais da saúde para prestar atendimento. Estamos felizes, declarou.
Apesar de considerar importante o concurso público, o coordenador do Conselho Municipal da Saúde, Antônio Carlos Lima, afirmou que a carreira desses novos contratados deve ser revista. Não adianta apenas fazer o concurso público se não pensarmos em um plano de carreira para esses novos profissionais. Se não, eles assumem a vaga e depois vão sair em buscar de melhores salários, disse.
A saúde foi uma das áreas priorizadas por Fernando Haddad (PT) durante a sua campanha eleitoral. E, de acordo com o Plano de Metas do Governo, a Prefeitura deve disponibilizar 32 unidades da Rede Hora Certa, construir 3 hospitais e recuperar outros 16, construir 43 UBSs ( Unidades Básicas de Saúde), reformar 14 Prontos Socorros, seis AMAs (Atendimento Médico Ambulatorial) e construir cinco novas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
A representante da Rede do Idoso Maria Conceição Amaral criticou as metas anunciadas por Haddad e disse que a terceira idade está esquecida. Não vejo nada que priorize os idosos, precisamos de casas de longa permanência pública, mais geriatras e também que se pense em acessibilidade para essa população, disse.
O deputado estadual Carlos Neder (PT) avaliou as metas da Prefeitura como fundamentais para melhorar o atendimento à população. O atendimento básico deve ser priorizado para responder uma demanda reprimida na cidade. Além disso, essas metas são um esforço para reorganizar o modelo de saúde, disse.
A vereadora Juliana Cardoso (PT), que coordenou o debate na Câmara, destacou a importância do movimento popular da saúde. Os diversos setores dessa área se organizaram para promover essa discussão e estão saindo felizes com o que foi debatido. Temos muitos desafios na área da saúde, mas estamos caminhando para melhorias, como o anúncio do concurso público feito pelo secretário, afirmou.
O presidente da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, vereador Calvo (PMDB), também participou da comemoração. Temos aqui o representante do Executivo que ouviu a demanda da sociedade e precisamos da participação da população para debater os problemas na área da saúde em São Paulo, declarou.
DIÁLOGO
Entre as reivindicações da União dos Movimentos Populares de Saúde, também está uma maior participação da população nas decisões. Segundo o secretário da Saúde, esse debate será priorizado. Vamos revogar o decreto 52.914/2012, que limitava a participação e o controle social realizado pelo Conselho Municipal da Saúde, afirmou.
Leia Mais:
– Fisioterapia pode integrar a rede pública de saúde de SP
(10/04/2013 15h59)