O ex-secretário de Juscelino Kubitschek, em depoimento à Comissão da Verdade “Vladimir Herzog”, da Câmara Municipal, disse acreditar que o acidente de carro que matou o ex-presidente da república e seu motorista Geraldo Ribeiro em 1976 não foi acidental. De acordo com Serafim Jardim, JK estava recebendo ameaças constantemente no período.
O Juscelino falava para mim que estavam querendo matar ele. Ouvi isso várias vezes dele. Eu tenho quase certeza de que o presidente estava sendo vigiado, revelou Jardim, que solicitou em 1996 a reabertura das investigações da morte de JK.
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Ainda durante o depoimento, Jardim apresentou aos vereadores uma carta enviada à época pelo coronel chileno Manuel Contreras ao general de divisão João Baptista Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informações em 1975. O documento, segundo Jardim é mais um indício de que JK foi assassinado, e relata a possibilidade de vitória de Jimmy Carter nos Estados Unidos, o que abalaria o Cone Sul. E isso poderia dar força política a Juscelino Kubitschek e Orlando Letelier, ex-ministro do Exterior do governo socialista chileno Salvador Allende.
No ano seguinte, os dois políticos morreram. No caso do chileno foi comprovado que o atentado que o matou em Washington (EUA) foi organizado pela Dina – polícia do regime militar do Chile, naquele período.
Para o advogado responsável pela reabertura do processo que investigou a morte do ex-presidente, Paulo Castelo Branco, existem muitas questões que não foram esclarecidas. Durante as apurações realizadas com as novas investigações, a perícia encontrou um objeto de metal no crânio do Geraldo (motorista). Isso fortalece a possibilidade de JK ter sido assassinado, afirmou. (Kátia Kazedani)
(13/8/2013 – 11h17 – atualizada às 14h10)