O secretário municipal especial de articulação para a Copa, Gilmar Tadeu Ribeiro Alves, esteve na Câmara Municipal nesta quarta-feira para prestar esclarecimentos sobre a preparação da cidade de São Paulo para o Mundial de 2014. Ele foi ouvido na subcomissão instalada no âmbito da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente para acompanhar as ações voltadas ao evento esportivo.
Um dos questionamentos feitos pelos vereadores ao secretário foi referente à inexistência de uma unidade de atendimento de emergência nas proximidades do futuro estádio do Corinthians, que deve receber a abertura da Copa, em Itaquera.
Segundo Paulo Frange (PTB), “se acontecer um acidente durante o Mundial, estamos absolutamente desarmados, porque os hospitais estão longe dali”. “O sistema viário para levar ajuda à região de Itaquera também não é eficiente. Quando falamos em construir um hospital, a vontade política se torna menor e os detalhes, maiores”, acrescentou.
Em resposta, Gilmar Tadeu explicou que essa é uma preocupação do governo federal nas 12 cidades brasileiras que receberão os jogos da Copa e que existe um acompanhamento do assunto por parte de uma comissão temática instalada em Brasília.
Os incentivos fiscais prometidos ao Corinthians para a construção do estádio em Itaquera também foram tema de debate na reunião da subcomissão. Para o vereador Chico Macena (PT), isso “nada mais é do que transferência de dinheiro público à iniciativa privada”.
Já o vereador Jamil Murad (PCdoB) defendeu que haja investimento público nesse tipo de construção porque, segundo ele, “não é justo deixar o peso de uma obra de interesse nacional nos ombros do Corinthians, assim como também não seria justo se o mesmo acontecesse com o Palmeiras, com o São Paulo, com o Santos ou com qualquer outro clube”.
O secretário, por sua vez, explicou que o incentivo fiscal somente será concedido se existir a garantia de que o estádio ficará pronto para a abertura do Mundial, já que “será isso que trará oportunidades de negócios para São Paulo”. O projeto inicial do Corinthians previa uma arena com capacidade para 48 mil pessoas, mas houve um acerto para aumentar o público para 65 mil em troca de incentivos como redução de tributos (IPTU, ISS e ITBI).
Ainda sobre o tema, o vereador Marco Aurélio Cunha (DEM) manifestou preocupação de que a obra não seja entregue em tempo hábil, mas declarou que o estádio “é apenas mais um ponto que deve ser considerado” em meio a tantos outros preparativos necessários ao Mundial. “Os patrocinadores, os recursos, as publicidades se concentram aqui. Não existe Copa do Mundo sem São Paulo, por isso o envolvimento do Estado tem que ser muito maior do que apenas com um estádio”, declarou.
(25/05/2011 – 14h08)