O excesso de burocracia é um dos principais desafios para serem resolvidos pelos gestores públicos para estimular o empreendedorismo em São Paulo. Durante o debate desta quinta-feira (29/6) do Segundas Paulistanas, os participantes debateram as soluções e problemas de uma cidade empreendedora.
A Endeavor – organização de fomento ao empreendedorismo, que tem como meta apoiar e multiplicar o número de empreendedores e criar um ambiente de negócios melhor para o Brasil – realizou um estudo para avaliar o ambiente empreendedor nas 32 cidades brasileiras com mais empresas de alto crescimento, o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE 2016).
De acordo com esse Índice, São Paulo lidera o ranking. No entanto, quando comparado a outros polos do mundo, a capital paulista tem muito a avançar.
Para o diretor geral da Endeavor, Juliano Seabra, é necessário mudar a cultura do Brasil. “É uma vergonha o empreendedor demorar mais do que 100 dias para conseguir abrir um negócio. Além disso, a falta de mão de obra qualificada e a necessidade de a gestão pública criar acesso e condições para que as coisas aconteçam também impedem que as empresas tenham espaço para se desenvolverem”, disse.
A secretária-ajunta de Trabalho e Empreendedorismo, Juliana Ribeiro, concordou. “A Prefeitura trabalha diretamente de maneira a tirar o empreendedor desse isolamento ao levar o Empreenda Fácil para várias regiões e simplificar os processos de abertura das empresas, tornando a cidade mais amiga do empreendedor”, argumentou.
O programa Empreenda Fácil – criado pela Prefeitura para ajudar a destravar a abertura de empresas – foi citado como uma iniciativa do Governo para estimular o empreendedorismo na cidade.
O presidente da recicladora automotiva JR Diesel, Geraldo Rufino, elogiou essa iniciativa da Prefeitura. “Precisamos de simplicidade, menos burocracia, motivação, menos interferência do Estado e a compreensão de que o empreendedorismo é a continuação da educação”, opinou.
O integrante do conselho da Associação Comercial de São Paulo, Alexandre Presto, apresentou dados sobre o quanto o excesso de burocracia pode prejudicar o empreendedorismo. “A cidade conta com 90% de suas empresas em situações irregulares e buscamos soluções para que políticas públicas libertárias sejam pensadas para os empreendedores. Facilitar a abertura de empresas é o meio econômico capaz de gerar emprego e produzir riqueza”, argumentou.
A fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes, chamou a atenção para a dificuldade de os empreendedores terem acesso ao crédito. “Se as pessoas não estiverem juntas, não se apoiarem, vai ser mais difícil desenvolver o negócio e ter sucesso”, disse.
A vereadora Aline Cardoso (PSDB) considerou importante o debate do Segundas Paulistanas. “É fundamental trazer o empreendedorismo para dentro da Câmara porque é ele que movimenta a economia e gera emprego para São Paulo. Essas discussões nos ajudam a pensar em políticas públicas para ajudar o ambiente de negócio”, ressaltou.