RenattodSousa
A Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) sediou na noite desta terça-feira (23) um seminário sobre o Reaproveitamento das Águas Pluviais em São Paulo. A iniciativa partiu da vereadora Sandra Tadeu (DEM), autora do Projeto de Lei 362/11, que trata do tema. Nele, a vereadora estipula que novas edificações na cidade devem instalar reservatórios para captação da água das chuvas para uso não potável.
É um projeto simples, mas que através dessa primeira discussão e de algumas outras que faremos vamos aperfeiçoá-lo, para que façamos da cidade um lugar que reaproveita sua água, disse a vereadora.
Sandra explicou ainda que o reuso de água é algo que se discute em todas as esferas da administração pública hoje em dia. É um recurso importante e que pode faltar em alguns anos. Com esse tipo de projeto, queremos reaproveitar a água de chuva para economizar a água potável.
Marcos Barros, representante da Aquastock Captação de Água, empresa que implanta sistemas desse tipo, explicou os custos e benefícios que uma operação como essa possui. O investimento mais pesado é a cisterna. Há também o custo de distribuição, da bomba dágua e a instalação do sistema propriamente dito, disse.
Dentre os principais benefícios que a instalação de um sistema como esses produz está o aumento da oferta total de água do município. A água armazenada da chuva deixaria de ser retirada dos reservatórios de abastecimento, garantindo mais água para o consumo humano e animal.
Também ajuda a diminuir o problema das enchentes, pois, com menos escoamento de água na vida pública, temos menos pontos de alagamento na cidade, completou Barros.
Na sequência falou Plínio Thomaz, engenheiro civil e professor universitário. Segundo ele, sobre esse assunto a palavra chave é conservação. Não se fala em economia, mas em conservação. Só há 2,5% de água doce no mundo e a dessalinização ainda é muito cara. Estamos em crise há muito tempo, usando água de fora.
Por fim, falou Hans-Otto Wack, da Universidade de Ciências Aplicadas Fulda, na Alemanha, que trabalha no desenvolvimento de tecnologias de aproveitamento de água da chuva há 25 anos. Ele falou sobre suas experiências em países africanos, em que a única água possível para consumo era a da chuva, e como era importante reservá-la, já que era rara.
Ele disse que a discussão sobre os malefícios que o consumo de água da chuva pode trazer a saúde já tem mais de 10 anos, e que a conclusão é que, com o tratamento mínimo adequado, é possível beber essa água sem danos. Procuramos bactérias que pudessem ser danosas, mas não encontramos nada nessa água, afirmou.
(23/08/2011 21h50)