Os registros de cárcere privado e violência sexual – que inclui estupros, assédios e exploração sexual – contra mulheres aumentaram no ano passado, se comparados a 2013, de acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. O assunto foi tema do III Seminário de Atendimento a Vítimas Sociais – Mulheres realizado nesta segunda-feira (9/3) na Câmara Municipal de São Paulo.
A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) realizou mais de 485 mil atendimento no ano passado. Se comparados a 2013, houve um aumento de 50% nos registros de cárcere privado de mulheres, 18% no caso de estupros denunciados e um crescimento de 20% nas denúncias de violência sexual. “O número de denúncias vem aumentando porque existem mais meios para isso, como o 180, as delegacias de defesa da mulher, defensorias públicas e centros de apoio”, explicou a Magali Celeghin Vaz, titular da 4ª delegacia de defesa da mulher de São Paulo.
No entanto, apesar do aumento, o coordenador do Programa Bem- Me- Quer do hospital Pérola Byington, Jefferson Drezzet, afirmou que a maioria das mulheres ainda sofre violência e não denuncia. “É por medo da promessa do agressor, constrangimento de falar sobre o tema, humilhação não só pela violência sexual, mas pelo precário atendimento que prestamos em todas as instituições. É uma lista de motivos e acho que elas têm razão, temos uma sociedade incapaz de acolher essas mulheres”, declarou.
O comandante da GCM (Guarda Civil Metropolitana), Gilson Menezes, explicou o que a corporação tem feito para ajudar no combate à violência contra a mulher. “Criamos o Programa Guardião Maria da Penha e ele tem dado certo. A ideia é que três guardas, sendo que um deles é mulher, façam rondas diárias na casas de mulheres indicadas que estão sob medida protetiva, para ver se os agressores estão respeitando as determinações da justiça”, contou.
Para o proponente do seminário, vereador Ari Friedenbach (PROS), educação é a melhor forma de coibir a violência contra a mulher. “Esse é um problema ainda recorrente e o debate é fundamental para minimizar esse drama da sociedade”, disse.