A divisão da cidade de São Paulo em distritos completa 20 anos em 2012. O processo, que deu início à descentralização da administração da cidade, foi discutido nesta quinta-feira em um seminário realizado pela Escola do Parlamento. Na mesa de abertura, o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto (PSD), afirmou que a consolidação dos distritos criou “condições reais de participar do processo de planejamento do espaço urbano”.
O vereador Carlos Neder (PT), que também esteve presente, manifestou seu apoio ao que ele chama de “gestão compartilhada” do município. Para ele, a distritalização, ao mesmo tempo em que facilita a fiscalização da sociedade, também favorece a criação de políticas públicas, com um olhar mais preciso de cada região.
“Foram criados bancos de dados de cada um dos 96 distritos, precisamos agora fazer um balanço de como essas informações estão sendo usadas”, disse.
A ex-vereadora e docente do curso de Serviço Social da PUC Aldaíza Sposati concordou com a reflexão de Neder, e observou que a organização da cidade em distritos e a análise desses “pedaços” cria embasamento para a democratização do território, uma vez que torna possível comparar a quantidade de equipamentos públicos e o oferecimento de serviços em cada região. Entretanto, ela afirma que a “apropriação da administração pelos cidadãos” ainda é pouco exercida, seja em distritos ou nas 31 subprefeituras.
Aldaíza citou ainda alguns exemplos bem-sucedidos de administrações distritais, como Londres, cidade regionalizada desde a sua fundação. A organização de Paris em arrondissements, cada um com uma estrutura de gestão própria, e o processo de descentralização pelo qual passou Barcelona também são exemplos para São Paulo, segundo ela.
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Confira entrevista:
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(3/5/2012 – 15h57)