RenattodSousa
A Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta quarta-feira uma sessão solene em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). O evento, em uma iniciativa do 1º secretário da Casa, vereador Ítalo Cardoso (PT), tem como objetivo realizar um debate sobre o preconceito e promover a diversidade.
Realizada sempre próxima à Parada Gay que acontece no próximo domingo (10) – , o evento reuniu representantes dos poderes Executivo, Legislativo, organizações não-governamentais e a população. É uma forma de darmos visibilidade para esse setor da população que ainda nos dias de hoje sofre preconceito. Precisamos acabar com isso, argumentou Ítalo Cardoso, que ainda destacou que o evento já faz parte das festividades da Parada Gay.
O coordenador Geral da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual, da Secretaria Municipal de Participação e Parceria, Franco Reinaudo, disse que a Prefeitura tem desenvolvido diversos programas para acabar com a violência contra o grupo LGBT. Essa população sofre muito preconceito ainda e criamos um centro de combate à homofobia, onde as pessoas que sofrem qualquer tipo de agressão são acolhidas e contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar, afirmou Reinaudo.
Desde 2010, a Coordenadoria criou o Mapa da Homofobia para identificar os principais locais onde ocorrem os casos de agressão. Traçamos um perfil das vítimas e dos agressores e percebemos que na maioria das vezes as pessoas tem um vínculo. Outro dado é que grande parte da violência acontece dentro da própria casa, revelou o coordenador, que revelou que de acordo com pesquisa, cerca 50% das ocorrências acontecem no Centro de São Paulo.
Presente no evento, o representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Gustavo Bernardes destacou que as denúncias sobre agressão podem ser feitas pelo Disque 100. É importante que o Estado, por meio do Parlamento, reconheça os direitos desses cidadãos e ao fazer um evento como esse, é uma forma de estimular o respeito pelas pessoas, avaliou.
O coordenador do Corsa ONG LGBT – , Lula Ramires, ressaltou que a violência contra o grupo LGBT aumentou. A comemoração é uma forma de darmos visibilidade para um problema tão sério que está cada vez mais recorrente. No mesmo palco que vemos um movimento para acabar com a violência, vemos a agressão, argumentou, referindo-se ao caso acontecido no ano passado, quando jovens gays apanharam com uma lâmpada.
A empresária Nina Bastos, dona de um restaurante no Centro da capital paulista, disse que seria importante que mais eventos deste tipo fossem realizados. Tenho um comércio em uma região onde temos muita diversidade e as pessoas precisam aprender a respeitar uns aos outros.
PARADA GAY
A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT deve contar com a participação de cerca de três milhões de pessoas. Neste ano, o tema será Homofobia tem cura. Educação e criminalização.
Segundo o presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, Fernando Quaresma, o tema foi escolhida pela população. As pessoas votaram nos sites e nas redes sociais e, por isso, faremos o movimento com esse tema. É preciso que se aprove uma lei neste país para que a homofobia seja crime, disse.
(06/06/2012 21h)