Nesta quinta-feira (6/5) foram inaugurados em São Paulo mais sete drive-thrus voltados à vacinação contra a Covid-19. A abertura dos novos postos integra a nova etapa do calendário de imunização na capital, com o início da aplicação da vacina em idosos a partir de 60 anos. A estimativa da Secretaria Municipal da Saúde é que 371 mil pessoas nessa faixa etária recebam a primeira dose do imunizante.
Para isso, toda a estrutura de vacinação do município estará aberta, inclusive os 27 drive-thrus (incluindo os sete novos abertos nesta quinta-feira). São 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), 17 SAEs (Serviços de Assistência Especializada) e três centros-escolas, além dos postos com sistema drive-thru, AMA/UBS Integradas e postos volantes, que incluem farmácias, igrejas, supermercados, escolas, praças e UBSs com drive-thru.
Importante ressaltar que os drive-thrus serão utilizados exclusivamente para a aplicação da primeira dose da vacina Astrazeneca. A primeira dose da vacina da Pfizer, que começa a ser utilizada na capital, será aplicada nas 468 UBSs, que também contarão com os imunizantes da AstraZeneca e da CoronaVac, esta última apenas para aplicação da segunda dose.
A recomendação é de que a ida aos locais de vacinação aconteça de maneira gradual, evitando aglomerações nos postos, e com o pré-cadastro no site Vacina Já preenchido, para agilizar o tempo de atendimento. A lista com o endereço dos postos de vacinação está disponível neste link.
Mais sobre o novo coronavírus
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta quinta-feira (6/5) a capital paulista totalizava 27.931 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 1.067.980 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 1.234.717 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quinta-feira (6/5) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo é de 76,2%.
Já na última quarta-feira (5/5), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 39%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Ações e Atitudes I
Nesta quinta-feira (6/5) o Instituto Butantan, na capital paulista, entregou mais 1 milhão de doses da vacina contra a Covid-19 para o PNI (Programa Nacional de Imunizações). A quantia faz parte do novo lote de 5,1 milhões de doses que serão distribuídas para todo o país. Na próxima segunda-feira (10/5), o Butantan enviará mais 2 milhões de doses ao Ministério da Saúde.
As novas doses são produzidas a partir de 3 mil litros de insumos recebidos no dia 19 de abril. A matéria-prima passou pelo envase, rotulagem, embalagem e inspeção de qualidade no complexo fabril do Instituto na capital paulista.
A expectativa é que todas as 46 milhões de doses relativas ao primeiro contrato entre o Butantan e o Ministério da Saúde sejam completadas até a próxima quarta (12/5). Deste total, 43,112 milhões de doses da vacina foram entregues até o momento.
Depois, o Butantan inicia a entrega de mais 54 milhões de doses do imunizante até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de doses contratadas até agora para a campanha contra a Covid-19 em âmbito nacional.
O Butantan está em tratativas com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, parceira internacional no desenvolvimento do imunizante, para a chegada de mais um carregamento de pelo menos mais 3 mil litros de matéria-prima da vacina. A expectativa é que a nova carga seja enviada ao Brasil até o próximo dia 15.
Ações e Atitudes II
Um estudo conduzido no IF-USP (Instituto de Física da Universidade de São Paulo) revela que a capacidade das máscaras de tecido de filtrar partículas de aerossol com tamanho equivalente ao do novo coronavírus pode variar entre 15% e 70%.
O uso de máscaras, aliado ao distanciamento social, são as formas mais eficazes de prevenir a Covid-19 enquanto não há vacina para todos, uma vez que a transmissão do novo coronavírus se dá principalmente pela inalação de gotículas de saliva e secreções respiratórias suspensas no ar. E as máscaras de tecido estão entre as mais usadas pelos brasileiros devido ao fato de serem baratas, reutilizáveis e estarem disponíveis em diversas cores e estampas.
De acordo com os autores do estudo, foi avaliada a eficiência de filtração de 227 modelos vendidos no Brasil, seja em farmácia ou lojas de comércio popular. O objetivo era saber em que medida a população está realmente protegida com essas diferentes máscaras.
Para fazer o teste, os cientistas utilizaram um equipamento que produz, a partir de uma solução de cloreto de sódio, partículas de aerossol de tamanho controlado – no caso 100 nanômetros (o novo coronavírus tem aproximadamente 120 nanômetros). Após o jato de aerossol ser lançado no ar, a concentração de partículas foi medida antes e depois da máscara.
Os modelos que se mostraram mais eficazes no teste, como esperado, foram as máscaras cirúrgicas e as do tipo PFF2/N95 – ambas de uso profissional e certificadas –, que conseguiram filtrar entre 90% e 98% das partículas de aerossol. Na sequência, estão as de TNT (feitas de polipropileno, um tipo de plástico) vendidas em farmácia, cuja eficiência variou de 80% a 90%.
Por último vieram as de tecido – grupo que inclui modelos feitos com algodão e com materiais sintéticos, como lycra e microfibra. Nesse caso, a eficiência de filtração variou entre 15% e 70%, com média de 40%. E alguns fatores se revelaram críticos para aumentar ou diminuir o grau de proteção.
Segundo os pesquisadores, de modo geral, máscaras com costura no meio protegem menos, pois a máquina faz furos no tecido que aumentam a passagem de ar. Já a presença de um clipe nasal, que ajuda a fixar a máscara no rosto, aumenta consideravelmente a filtração, pelo melhor ajuste no rosto. Já algumas máscaras de tecido são feitas com fibras metálicas que inativam o vírus, como níquel ou cobre, e por isso protegem mais.
Os autores do estudo apontam, ainda, que há ainda modelos de material eletricamente carregado, que aumenta a retenção das partículas. Em todos esses casos, porém, a eficiência diminui com a lavagem, pois há desgaste do material.
Além disso, as máscaras de algodão de duas camadas filtraram consideravelmente mais as partículas de aerossol que as feitas com apenas uma. Mas, a partir da terceira camada, a eficiência aumentou pouco, enquanto a respirabilidade diminuiu consideravelmente.
Uma das novidades do estudo foi avaliar a respirabilidade das máscaras, ou seja, a resistência do material à passagem de ar. As de TNT e de algodão foram as melhores nesse quesito, enquanto as do tipo PFF2/N95 não se mostraram tão confortáveis. Já a pior foi uma feita com papel. Os cientistas ressaltam que a respirabilidade é um aspecto importante, pois se a pessoa não aguenta ficar nem cinco minutos com a máscara, o equipamento de nada adianta.
Como destacam os autores no artigo, embora com eficiência variável, todas as máscaras ajudam a reduzir a propagação do novo coronavírus e seu uso – associado ao distanciamento social – é fundamental no controle da pandemia. Eles afirmam ainda que o ideal seria a produção em massa de máscaras do tipo PFF2/N95 para distribuir gratuitamente à população – algo que deveria ser considerado em futuras pandemias.
Coordenado pelo professor Paulo Artaxo e apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o trabalho integra a iniciativa (respire!, cujo objetivo foi garantir o acesso da comunidade uspiana a máscaras seguras. Os resultados foram divulgados na revista Aerosol Science and Technology.
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