A reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal foi discutida durante debate realizado na última sexta-feira (24/3), na Câmara Municipal.
O professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP (Universidade de São Paulo) Fernando Rugitsky abriu o debate apresentando detalhes da reforma proposta.
“É muito importante colocar muito claramente a falácia do argumento de que a Previdência é insustentável, e que sem essa reforma o país não vai conseguir retomar o crescimento. Na verdade, há vários indícios de que essa reforma pode prejudicar a retomada do crescimento, não o contrário”, disse.
O debate, que contou com a presença de especialistas, sindicalistas e representantes políticos, foi promovido pela vereadora Sâmia Bomfim (PSOL).
“A iniciativa foi trazer setores ligados aos movimentos sociais, sindicatos e pessoas que estão construindo mobilizações para compreender de que forma isso atinge os direitos dos trabalhadores”, esclareceu a vereadora.
Pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional), a idade mínima para se aposentar será de 65 anos, com pelo menos 25 anos de contribuição. No entanto, para receber cem por cento do benefício, o brasileiro terá que contribuir por 49 anos.
“Eu acho que a reforma da Previdência é um dos maiores ataques que a classe trabalhadora já passou nos últimos anos”, disse Ana Cláudia Borguin Eustáquio, da Secretaria de Assuntos da Situação da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Para o dirigente político José Carlos Miranda, da associação Esquerda Marxista, a retirada dos servidores públicos municipais e estaduais da reforma da Previdência tem o objetivo de dividir os trabalhadores.
“Eu acho que é uma manobra para que os próximos protestos e luta dos trabalhadores fique dividido. É dividir para que todos não entrem juntos”, disse.