Comércio popular, ocupação do centro de São Paulo no bairro que recebeu os judeus durante a Segunda Guerra, moda e até a música eletrônica do cantor Psy. A cultura e as tradições coreanas se instalaram na capital paulista a partir de meados dos anos 1950, quando uma guerra devastou o país asiático, tornando a nação, na época, uma das mais pobres do mundo. Muitos dos que enterraram os cerca de 140 mil mortos do conflito viram no Brasil uma chance de recomeço. Hoje, em 2017, são cerca de 50 mil, segundo informações do Consulado Geral da República da Coreia no Brasil.
Foi por isso que os vereadores Antonio Donato (PT), Toninho Paiva (PR) e David Soares resolveram criar o Dia da Cultura Coreana, lei sancionada no início do ano pelo prefeito João Doria (PSDB). Na noite desta sexta-feira (26/5), cerca de 100 pessoas estiveram na plenária da Câmara dos Vereadores para acompanhar a entrega de placas homenageando coreanos que trabalham na cidade.
“O objetivo é homenagear aqueles que vieram para o Brasil para trabalhar e se dedicar. É um povo maravilhoso, respeitoso e que soma à São Paulo. Para eles é algo muito importante porque a comunidade cresceu muito”, afirmou Paiva.
Os imigrantes coreanos ajudaram na expansão econômica do país. Neste século 21, eles são responsáveis pela fabricação de 60% do vestuário do Brasil. “[A solenidade] Foi uma solicitação do consulado da Coreia. Para a cidade de São Paulo é importante porque ela tem a tradição de atender muitas nacionalidades. É um motivo de satisfação ter esse dia específico festejando a vibrante cultura coreana”, afirmou o líder da oposição e líder do Partido dos Trabalhadores, Antonio Donato.
O cônsul do país no Brasil, Yong Jong Hong, agradeceu os vereadores e a sociedade paulistana do púlpito da mesa diretora. Também participaram do evento a vereador Soninha Francine (PPS), Sandra Tadeu (DEM) e Eduardo Suplicy (PT). A solenidade teve apresentações de músicas e danças tradicionais.
Pequena Seul
Neste ano São Paulo e Seul, a capital da Coreia, comemoram os 40 anos dos acordos bilaterais Cidades-Irmãs. Em visita ao país, o prefeito João Doria (PSDB) defendeu que o tradicional bairro do Bom Retiro seja rebatizado como Litte Seoul.