No Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Eduardo Tuma (PSDB), homenageou pacientes, mulheres já curadas da doença e organizações da sociedade civil que levantam a bandeira do tema. O tucano é o autor de uma resolução que criou na Casa a Frente Parlamentar de Prevenção e Combate ao Câncer.
Na noite desta terça-feira (17/10), o mandato do parlamentar realizou uma solenidade com palestras sobre o tema. Ele chamou a atenção à prevenção do câncer de mama. Tuma acredita que o medo prejudica no combate a esse tipo de doença. “O problema é o medo, a falta de informação e essa Frente soluciona isso. Não é só informar, mas fazer com que as mulheres superem o medo. Com um autoexame a cura hoje é muito garantida.”
Ele também destacou o trabalho da Frente que ele criou e preside. “É um trabalho preventivo, mas anual. É com diferentes Frentes que atuam neste caso que nós podemos chegar a um resultado benéfico. Então, pela Câmara, eu sou um canal de diálogo com a sociedade”, disse o tucano.
O palestrante da solenidade e também radioncologista, Paulo Lázaro de Moraes, da Beneficência Portuguesa, também destacou a prevenção. Segundo ele, diagnósticos precoces dão 95% de chances de cura.
“Antes a palavra câncer era muito mal vista, as pessoas tinham medo. Hoje a gente sabe que quanto mais rápido o diagnóstico for feito, mais chance a mulher tem de ficar curada e livre da doença para sempre”, afirmou o médico.
A advogada da subseção Santana da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudia Nakano, também falou aos presentes sobre as questões jurídicas da doença. Ela ajuda mulheres que têm problemas no tratamento tanto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) quanto em convênios.
“Eu acredito que o principal direito da paciente que recebe um diagnóstico desse é o acesso ao tratamento médico. A dificuldade consiste em conseguir as consultas. Inclusive, temos uma Lei de 2013 que diz que os pacientes com câncer têm até 60 dias para serem tratados. Isso não acontece na prática”, destacou a advogada.
Já Lucia Brugnera, presidente da Hera Artemisul, entidade que reúne diversas ONGs da zona sul para acolher mulheres vítimas do câncer, alerta para a violência física e psicológica que as pacientes sofrem antes da doença. Segundo ela, a violência doméstica pode levar ao desenvolvimento da enfermidade.
“O câncer se manifesta, quando não é genético, depois de uma grande tristeza. Geralmente, quando elas ficam muito tristes com essas agressões, acabam desenvolvendo o câncer. Diante da rejeição do marido, isso se torna mais grave ainda”, afirmou.
O grupo dela tenta conversar com homens agressores e agora luta por uma Delegacia da Mulher no bairro de Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo.