Nesta terça-feira (25/5), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o início dos testes do soro anti-Sars-CoV-2, desenvolvido pelo Instituto Butantan. Esta será a primeira vez que o soro será aplicado em voluntários humanos.
O pedido para a autorização para testar o soro, produzido em cavalos, em pacientes com a Covid-19, foi feito pelo Butantan no início de março. A expectativa é que o soro possa ajudar a reduzir a letalidade e a gravidade da doença e aliviar o sistema de saúde. Nos testes em animais, como coelhos e camundongos, ocorreu a diminuição da carga viral e perfil inflamatório reduzido.
O teste em humanos é uma etapa chave para que o Instituto possa avançar no desenvolvimento do medicamento e, posteriormente, solicitar seu registro junto à Anvisa.
A autorização concedida nesta terça-feira ocorreu após o Butantan submeter o novo protocolo clínico com as adequações necessárias para que o estudo possa ser iniciado em humanos. A autorização ocorreu após uma avaliação criteriosa dos aspectos técnicos e de segurança do produto, segundo a Anvisa.
Mais sobre o novo coronavírus
Segundo boletim mais recente sobre a pandemia do novo coronavírus publicado pela Secretaria Municipal da Saúde, nesta terça-feira (25/5) a capital paulista contabilizava 30.011 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 1.135.856 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 1.379.335 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde da região metropolitana de São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta terça (25/5), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com Covid-19 é de 77,3%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, nesta segunda-feira (24/5) foi de 39%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Atuação do município
A partir desta terça-feira (25/5), passageiros que chegarem à cidade de São Paulo vindos do Maranhão passarão por triagem para evitar que novas variantes do coronavírus entrem na capital. Os monitoramentos terão a participação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado e do município de Guarulhos, além das concessionárias que administram as rodovias que dão acesso à capital, a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e a Polícia Militar Rodoviária.
A Secretaria Municipal da Saúde destaca que as medidas são essenciais no controle da população que chega à cidade de São Paulo, principalmente para evitar a entrada de novas cepas e aumentar o risco de um novo aumento de casos na capital, e ressalta, que até o momento, não há evidência da circulação das cepas indianas no município de São Paulo. Por aqui, foram identificadas apenas duas variantes: P1 – Manaus e B.1.1.7 – Reino Unido.
Equipes da secretaria permanecerão no Terminal Rodoviário do Tietê, das 8h às 15h, para a identificação de passageiros sintomáticos vindos do Maranhão, com aferição de temperatura corporal e outros questionamentos de saúde. Em caso de sintomas, os passageiros serão encaminhados em ambulância da Prefeitura para serviços de Pronto Atendimento municipais referenciados, de acordo com o local da ação, onde serão submetidos ao teste RT-PCR. A administração municipal ainda ofertará 30 vagas em hotel próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê para o isolamento das pessoas em risco social.
Os passageiros que desembarcarem no terminal terão seus dados pessoais cadastrados para que possam monitorados e localizados caso seja necessário. A triagem envolve verificação da temperatura, busca por sintomáticos respiratórios e cadastro dos ocupantes dos veículos coletivos (ônibus/aviões) e será realizada para acompanhamento por até 14 dias.
A Secretaria Municipal da Saúde informou ainda que intensificou o trabalho educativo de orientação aos viajantes com distribuição de material informativo, em forma de cartilha ilustrada, com as diretrizes de prevenção da doença, cuidados necessários e orientações aos sintomáticos e assintomáticos.
Nas rodovias, os painéis digitais farão a divulgação de materiais informativos sobre prevenção e cuidados com a Covid-19. Nos postos de pesagem, os caminhoneiros passarão por triagem e receberão orientação sobre a doença e as maneiras de prevenção. Os que apresentarem sintomas serão encaminhados às unidades de saúde para consulta médica e testagem.
Ações e Atitudes 1
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) retomou hoje (25/5) a produção da vacina Oxford/AstraZeneca, que estava interrompida desde a última quinta-feira (20/5).
A linha de produção pôde ser reativada porque um novo carregamento do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) chegou da China no último sábado (22/5). O IFA é considerado o componente mais importante da vacina, por conter as informações genéticas que vão despertar a resposta imunológica contra o novo coronavírus.
A Fiocruz recebeu insumos suficientes para produzir 12 milhões de doses, o que assegura a produção de vacinas até a terceira semana de junho e entregas ininterruptas ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) até o início do mês de julho. A expectativa é que as doses sejam entregues ao SUS (Sistema Único de Saúde) entre os dias 14 e 19 de junho.
Também nesta terça-feira, o Governo de São Paulo recebeu um lote de 3 mil litros de IFA para a produção de 5 milhões de doses da vacina Coronavac. O produto, que chegou pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, permitirá retomada da fabricação do imunizante do Instituto Butantan, que havia sido suspensa no último dia 14 por falta de matéria prima.
Ações e Atitudes 2
Um novo pedido de importação de 20 milhões de doses da vacina Coxavin, imunizante contra Covid-19, produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, está sendo analisado pela Anvisa. A solicitação foi formalizada nessa segunda-feira (24/5) pelo Ministério da Saúde.
Em março, a Anvisa negou a certificação de boas práticas à fabricante e, na sequência, um primeiro pedido para importação do imunizante. A certificação é um dos requisitos para que a vacina possa ser usada no Brasil.
Apesar da negativa, a Anvisa informou que, desde então, juntamente com o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, empresa que negocia a vacina no país, os três “seguiram em tratativas a fim de adequar os aspectos que motivaram o indeferimento”.
“Neste sentido, já foi publicada pela Anvisa a anuência para realização do estudo clínico com a vacina Covaxin no Brasil, conforme Resolução nº 1.938, de 13 de maio de 2021”, informou a Agência, em nota.
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