Luiz França/CMSP
Kátia Kazedani
O diretor de gestão econômico-financeira da SPTrans, Adauto Farias, destacou, nesta sexta-feira (26/7), que a integração entre ônibus, metrô e trem seria um dos motivos para o aumento dos subsídios para o transporte.
Durante esclarecimentos prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal, Farias explicou que, apesar do aumento de passageiros, a arrecadação tem diminuído. De acordo com os dados apresentados, em 2005, de cada 100 embarques, 57,5 eram pagos. Já no ano passado, esse número caiu para 51,5.
A integração é boa e legítima, mas tem consequências financeiras. Além disso, tem a gratuidade para idosos e pessoas deficientes. Isso explica o aumento dos subsídios, sinalizou Farias. Em sete anos, os recursos investidos pela Prefeitura no sistema quase que quadruplicou chegando a R$ 953 milhões em 2012.
Para o presidente da CPI, vereador Paulo Fiorilo (PT), é fundamental se entender como é composta a tarifa do sistema. A integração é fundamental para quem usa o transporte coletivo, mas claro que ela tem um custo. Além disso, temos a gratuidade e outros elementos que compõe a tarifa que devem ser debatidos, ressaltou.
Qualidade
O vereador Milton Leite (DEM) questionou Farias a respeito da qualidade do transporte oferecido ao usuário. Segundo ele, os protestos do mês passado não eram exclusivamente para reivindicar queda da tarifa. Os cidadãos reclamavam também da qualidade do serviço oferecido. Em um dos itens dos contratos de concessão, o padrão de desempenho é fator determinante para a renovação. O padrão de satisfação medido foi avaliado neste período?, perguntou.
Em resposta, o diretor de gestão econômico-financeira da SPTrans afirmou que no contrato que estava vigente, a qualidade não estava sendo considerada. Do ponto de vista contratual, hoje, a qualidade do serviço oferecida não estava presente na equação da remuneração das empresas, explicou.
Tarifa Zero
Ainda durante a reunião desta sexta-feira da CPI do Transporte Coletivo a implantação da tarifa zero foi discutida entre os vereadores e o diretor da SPTrans. Atualmente, o custo do sistema é de R$ 6 bilhões, sendo que a parte da Prefeitura é estimada em R$ 1,4 bilhão o que representaria um aumento de quase R$ 500 milhões em relação a 2012.
Somando-se a isso, a implantação do Bilhete Único Mensal deve onerar o tesouro municipal em mais R$ 400 milhões.
Para o vereador Milton Leite, essa questão deve ser bem discutida. As pessoas precisam entender que a arrecadação da cidade tem limites, e quem vai pagar a conta é o contribuinte. Já vamos aumentar em 400 milhões os subsídios e precisamos debater se é justo, ressaltou.
O presidente da CPI, Paulo Fiorilo, adiantou que representantes do Movimento Passe Livre e estudiosos serão convidados também para discutir a possibilidade da Tarifa Zero. Hoje temos um custo alto e se for zero a tarifa, quem pagará?
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