A Subcomissão de Cultura, vinculada à Comissão de Finanças e Orçamento, realizou nesta quinta-feira (1/12), a oitava e última Audiência Pública do ano em territórios da capital. Desta vez, o Galpão do Folias, no bairro de Santa Cecília, foi o palco do debate. O tema foi “Um Diálogo Aberto com os Movimentos de Teatro de Grupo, Cultura Imigrante, Artistas de Rua, Cultura LGBTQIA+, Batalhas, Slams e Sound Systems”.
“Durante essa série de audiências, conseguimos circular em regiões que são importantes para alguns temas da Cultura. Os territórios possuem relações diversas e específicas com a cidade. Também conseguimos entender como as pessoas dessas localidades se sentem em relação aos equipamentos de Cultura da capital”, comentou a vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL), que preside a Subcomissão.
Cultura no centro
Para Zé Renato, produtor cultural, o local escolhido para a discussão representa a coletividade. “Estamos em um lugar de resistência, de gente que trabalha junto de forma colaborativa em busca de consensos,” observou o produtor.
Para a atriz Rita Teles, os recursos para editais e projetos culturais precisam aumentar. “Já identificamos que o dinheiro do orçamento não é suficiente para todos os fazedores de cultura”.
Cultura LGBTQIA+
Outro produtor cultural e ativista trans, Tiely Santos trouxe questões que devem ser observadas para abrangência da população LGBTQIA+ em shows, eventos e atividades culturais. “Precisamos ser visibilizados. Nós estamos como coadjuvantes, participantes e plateia. Somos artistas, gostamos de palco, de holofotes para mostrarmos os nossos talentos”.
Caio Rodrigo de Oliveira, coordenador de políticas LGBTQIA+ representou a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. “Para mudar esses processos de exclusão e de violência, é preciso trabalhar muito com pontos importantes. Se queremos uma sociedade mais inclusiva, a cultura é uma das principais ferramentas para essa mudança social,” explicou.
Território de imigrantes
Ermi Panzo veio de Angola para o Brasil há seis anos. Ele aproveitou a audiência para falar sobre as principais demandas de artistas imigrantes que vivem em São Paulo. “As pessoas nos enxergam de forma diferente. Nós somos artistas imigrantes, não apenas refugiados. Somos tratados de uma forma muito específica pelo Poder Público e temos várias demandas a serem atendidas”, observou o artista.
Segundo Bryan Rodas, coordenador de políticas para imigrantes e promoção de trabalho decente, existe uma pluralidade nas mais de 200 nacionalidades presentes em São Paulo. “Também construímos políticas públicas, principalmente culturais que condizem com as trajetórias de imigrantes e especificidades dessas pessoas”, comentou Bryan.
Secretaria de Cultura
A Secretaria Municipal de Cultura foi representada pelo coordenador de Fomento, Vinícius Nascimento que comentou sobre o orçamento para a pasta no próximo ano e os desafios na distribuição de recursos. Para ele, debates com lideranças de movimentos artísticos contribuem com novas ideias e possibilidades de execução. “É importante que vocês nos provoquem, isso é democrático, e as provocações sempre serão bem-vindas,” disse Vinícius.
Orçamento para a Cultura
O PL (Projeto de Lei) 579/2022 do Executivo, que trata da Lei Orçamentária Anual, prevê um orçamento para a pasta de Cultura, de R$ 651,89 milhões em 2023, o valor previsto para a Fundação Theatro Municipal de São Paulo é de R$ 136,64 milhões e a verba de R$ 26,52 milhões está prevista à Spcine (Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo).
A íntegra da Audiência Pública está neste link.