A Comissão Permanente de Administração Pública promoveu uma Audiência Pública, nesta quinta feira (19/4), no auditório Elis Regina, no Complexo do Anhembi, para debater o PL (Projeto de Lei) 11/2018, do Executivo. O PL estabelece regras para o uso e a ocupação do solo no Complexo.
A Comissão ouviu a sugestão de 18 pessoas, entre moradores da zona norte de São Paulo e colaboradores do Anhembi. Raimundo Pedro, funcionário da SPTuris, empresa de turismo e eventos da cidade, teme que com a privatização haja demissões.
“Somos concursados, no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Vamos fazer uma representação junto ao prefeito Bruno Covas para construir uma empresa de turismo e eventos, e fazer a transferência desses funcionários (da SPTuris) para esta ou outra empresa pública”.
Empresário e morador da zona norte de São Paulo, Ricardo Holz, propôs que o dinheiro da privatização seja investido na própria região.
“Nada mais justo do que todo o dinheiro arrecadado com a venda do Complexo do Anhembi seja destinado para a região norte de maneira geral, em educação, saúde e segurança pública. Enfim, para todas as áreas que temos deficiência e falta de verba”.
Armando Campos Mello, presidente executivo da UBRAFE (União Brasileira dos Promotores de Feiras), sugeriu que a marca Anhembi seja preservada.
“Na medida em que nós incrementamos a hotelaria, a gastronomia, as compras e o entretenimento, nós enchemos a cidade de dinheiro novo. Esse equipamento (Anhembi) é indutor a esta atividade econômica”.
A mesa da Audiência Pública foi formada pela Delegada Rose, prefeita regional de Santana/Tucuruvi, Leonardo Castro, diretor de desenvolvimento da SP Urbanismo, Ana Beatriz Monteiro, diretora presidente da SP Parcerias, Eduardo Colturato, diretor de turismo e eventos da SPTuris, e dos vereadores Police Neto (PSD), Paulo Frange (PTB), autor do requerimento, e Gilson Barreto (PSDB), presidente da Comissão Permanente de Administração Pública.
“A Audiência Pública é exatamente para ouvir as pessoas, principalmente os interessados. Nós vamos analisar todas estas manifestações, além da parte técnica, para chegar a um substitutivo do governo que seja bom para todos”, disse o vereador e presidente da Comissão, Gilson Barreto.
O autor do requerimento, o vereador Paulo Frange, falou que “o nome Anhembi é muito forte, conhecido no Brasil e internacionalmente. O perímetro dessa área toda é de 352 mil metros quadrados. Estamos pedindo o tombamento imaterial do nome, através de um processo aberto no CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e no CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) para que tenhamos registrada toda essa área. Assim, tudo que for construído aqui leva o nome do Anhembi”.
Leonardo Castro, diretor de desenvolvimento da SP Urbanismo, explicou que essa é uma fase de definição dos parâmetros urbanísticos.
“Ela vai definir qual é a possibilidade de desenvolvimento da área do Complexo do Anhembi. Posteriormente, a prefeitura vai elaborar o que a Lei chama de Projeto de Intervenção Urbana, que vem com muito mais elementos, tem uma aproximação dos problemas locais e isso facilita a participação. As pessoas vão poder propor o que é mais sensível para a região”.
O diretor de turismo e eventos da SPTuris, Eduardo Colturato, esclareceu a dúvida de muitos funcionários do Anhembi.
“As atividades serão preservadas. Parte continua no Poder Público e parte pode ir para a iniciativa privada se este processo for concluído pela venda. Em tese, todos os funcionários, evidentemente aqueles que querem trabalhar, continuarão com as suas atividades. Os eventos vão continuar ocorrendo, e as ações da Secretaria de Turismo também”.