pixel facebook Pular para o conteúdo Pular para o rodapé Pular para o topo
Este é um espaço de livre manifestação. É dedicado apenas para comentários e opiniões sobre as matérias do Portal da Câmara. Sua contribuição será registrada desde que esteja em acordo com nossas regras de boa convivência digital e políticas de privacidade.
Nesse espaço não há respostas - somente comentários. Em caso de dúvidas, reclamações ou manifestações que necessitem de respostas clique aqui e fale com a Ouvidoria da Câmara Municipal de São Paulo.

Sylvânia não está dando atendimento a ex-trabalhadores contaminados por mercúrio

24 de novembro de 2009 - 06:16

Categorias

Gute Garbelotto/CMSP
CPI Danos Ambientais
Integrantes da CPI de Danos Ambientais concluiram a apuração das áreas contaminadas da cidade

 

O mercúrio metálico é usado em centenas de aplicações, como em bulbos de lâmpadas florescentes e lâmpadas de mercúrio. A exposição, inalação e manipulação desse metal podem causar contaminação à saúde das pessoas. Os sintomas observados são disfunções do sistema nervoso central, dormência em braços e pernas, visão nebulosa, letargia e irritabilidade e afetar a memória.

Boa parte dos 650 ex-funcionários da Sylvania do Brasil Iluminação Ltda apresenta lesões causadas pela contaminação por mercúrio. Cerca de 25 deles estão sendo tratados no Hospital das Clínicas.

 

“O mercúrio que estava circulando pelo organismo vai se depositar nos órgãos, principalmente no sistema nervoso central. E o efeito é uma síndrome. A mais freqüente é um distúrbio neuropsiquiátrico, com o indivíduo tendo perda de memória, nervosismo, ansiedade, alteração do sono e visuais”, disse a médica e professora do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Marcília Medrado, aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Danos Ambientais, nesta terça-feira (24/11), que, além dos 25 funcionários da Sylvânia, trata de outros 200 pacientes, empregados de suas empresas fabricantes de lâmpadas, de termômetros e garimpeiros.

 

Marcília informou que esses pacientes são submetidos a exames de ressonância magnética, a testes neuropsicológicos e de campo visual.

Os representantes da indústria Sylvânia do Brasil Iluminação disseram não saber que seus ex-funcionários foram contaminados com mercúrio. Em setembro, a mesma empresa compareceu à CPI para prestar esclarecimentos sobre o passivo ambiental do terreno localizado na zona sul, onde funcionava uma fábrica de lâmpadas. Ainda no mesmo mês o presidente da Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico (AEIMM), Valdivino dos Santos Rocha, esteve na CPI para expor a situação dos ex-funcionários contaminados.

Por achar que os representantes da Sylvânia não tinham capacitação técnica para responde as perguntas dos vereadores ou para prestarem esclarecimentos a respeito do que a empresa está fazendo para tratar seus ex-trabalhadores, o vereador Ítalo Cardoso (PT) solicitou a dispensa dos representantes “para evitar a perda de tempo para todos”.

 

Revoltado com o descaso da empresa com relação aos trabalhadores, o vereador Juscelino Gadelha (PSDB) disse: “Vamos recorrer a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Vamos discutir esse problema da Sylvania internacionalmente, porque aqui não há condições. A Sylvania contratou um escritório de advocacia muito forte e o processo aqui não anda. A empresa dificulta inclusive o levantamento do total de trabalhadores contaminados. Acredito que possamos discutir o problema claramente na tribuna da OIT”.

 

Antenas

 

As Estações de Rádio Base (ERBs), popularmente conhecidas como antenas de celular móvel, são maléficas ao organismo humano, muitas vezes, passam despercebidas pela população. Essas antenas emitem uma radiação não ionizante que, segundo estudos, pode causar diversos problemas para a saúde do indivíduo.

A radiação provoca um aquecimento nas células e, comprovadamente, interfere no uso do marca- passo, aquece próteses e tem efeito acumulativo no organismo. Sem mencionar os prováveis efeitos da exposição à radiação como câncer, catarata e dores de cabeça. Milton Jaime de Souza, do Departamento de Controle de Qualidade Ambiental (Decont), informou à CPI que na cidade existem 3.538 antenas de Estações de Radio Bases. Desse total, 570 não tem laudo radiométrico.

 

Depois de confirmar que não existe uma fiscalização que verifique os milites de radiação das antenas e que os laudos são fornecidos pelas próprias operadoras, Souza disse que “com a lei que está em vigência não é uma coisa muito preocupante, pois a estação rádio base emite muito pouco com relação aos limites permitidos.”

 

O técnico do Decont, no entanto, destacou que “o que preocupa é a concentração de antenas, como na região da Avenida Paulista, que tem muitos hospitais. O Hospital Santa Catarina, por exemplo, tem sua sala de cirurgia e de diagnósticos blindadas em virtude da radiação”.

 

Para o vereador Goulart (PMDB) “salta os olhos as irregularidades das operadoras que instalam suas antenas sobre hospitais, creches, igrejas e em áreas publicas”.

 

Souza informou ainda que a operadora  Vesper foi multada nove vezes. Cada uma no valor de R$ 15 mil, por suas 118 estações que estão causando danos ambientais.

 

CPI da CPI

 

A Câmara de São Paulo já teve a CPI das Antenas, “no momento em que não havia uma legislação clara e a cidade era tratada de uma maneira selvagem por todos aqueles que exploram solo, subsolo e o espaço aéreo”, lembrou o vereador Paulo Frange (PTB).

 

O parlamentar informou que cópias do relatório final da CPI foram enviados à prefeita, as secretarias e ao o Ministério Público. “Mas até agora nenhuma das ações propostas foram executadas. Votamos uma lei na Câmara para tentar resolver o problema. Nada foi resolvido”, desabafou.

 

Vou propor no relatório da CPI de Danos Ambientais a reapresentação do relatório da CPI das Antenas ao Ministério Público. Também vou  propor no plenário da Câmara uma CPI  para investigar o porque que tudo que foi aprovado na CPI das Antenas não foi levado adiante. Onde está a omissão? E porque ninguém atua contra essas empresas”, ressaltou Frange.

 

Outros

 

Os representantes da Givaudan, indústria química que fabrica essências para aromas e fragrâncias, foram chamados para prestar esclarecimentos a respeito do forte odor que a empresa, localizada no bairro do Jaguaré, zona oeste de São Paulo, lança na atmosfera, principalmente no período da noite. Os moradores da região fizeram a denúncia ao vereador Juscelino Gadelha. A empresa foi advertida e, segundo o diretor-geral Claudio Malheiro, o problema foi sanado.

A construção de centros de triagem de resíduos foi outro assunto tratado na CPI dos Danos Ambientais. Afonso Celso de Moraes, da Limpurb, compareceu à reunião para explicar porque a Prefeitura ainda não encaminhou projeto de construção dos centros para a Caixa Econômica Federal, que vai liberar o dinheiro, via Ministério das Cidades.

Moraes explicou que o projeto precisou ser readequado às exigências da Caixa e que serão construídos dez centros de triagem, sendo cinco em 2010 e cinco em 2011. Os catadores de materiais recicláveis também compareceram à reunião para cobrar mais rapidez da Prefeitura na construção dos centros, em especial os catadores do bairro da Granja Julieta, na zona Sul, pois o espaço onde trabalhavam pegou fogo em dezembro de 2008 e até agora não houve solução do caso.

 

Estiveram presentes à reunião os seguintes vereadores: Goulart (PMDB), Juscelino Gadelha (PSDB), Paulo Frange (PTB), Quito Formiga (PR), Ítalo Cardoso (PT), Milton Ferreira (PPS), Penna (PV), Alfredinho (PT) e Marco Aurélio Cunha (DEM).

 

 

 

 

 

 

Imagens para download:
Gute Garbelotto/CMSP
CPI Danos Ambientais
Representantes do Decont prestam esclarecimentos à CPI
Gute Garbelotto/CMSP
CPI Danos Ambientais
CPI de Danos Ambientais

Outras notícias relacionadas

Ícone de acessibilidade

Configuração de acessibilidade

Habilitar alto contraste:

Tamanho da fonte:

100%

Orientação de acessibilidade:

Acessar a página Voltar