Taxistas e vereadores defenderam a necessidade de uma melhor regulamentação e mais fiscalização para os serviços de transporte individual por aplicativos, como o Uber. Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (18/8) pela Comissão de Finanças e Orçamento, representantes da categoria afirmaram não ser contra a tecnologia desde que essas empresas respeitem a legislação.
Regulamentado por decreto no primeiro semestre deste ano, essa modalidade de serviço on-line que permite motoristas autônomos trabalhar com seus carros particulares para transportar passageiros, não agradou os taxistas. “A medida não resolveu nada. Existe uma regulamentação que não é respeitada e é necessário colocar um limite para esses aplicativos que estão funcionando”, sinalizou o taxista Ademilson Francisco Costa.
Para o taxista José Moraes Pedro, o maior desafio da categoria é concorrer com os preços do Uber. “O aplicativo dificulta o nosso serviço porque eles cobram mais barato e não conseguimos acompanhar a concorrente. O nosso preço é mais alto porque temos um custo maior, enquanto eles são irregulares. Somos a favor dos aplicativos se eles forem regulares, honestos e não ganhem em cima da categoria”, disse.
O taxista Pedro sugere que algumas mudanças sejam feitas para que todos os profissionais possam trabalhar. “É necessário uma regulamentação e uma fiscalização que funcionem para que os taxistas e os motoristas dos aplicativos possam trabalhar igualmente e que todos sejam beneficiados, profissionais e clientes”, disse.
O diretor do Conselho Regional dos Taxistas, Alessandro Martinez, acha que com uma regulamentação melhor não tem problemas. “A concorrência, seja em qualquer segmento, é salutar e todos ganham, principalmente o cliente. Mas ela precisa ser coerente, coesa, homogênea e todos devem ter os mesmo direitos e obrigações”, argumentou.
O vereador Salomão Pereira (PSDB) pede mudanças para os taxistas. “Precisamos ouvir a categoria porque eles estão sem passageiros e o motorista está recebendo pouco, a situação dos taxistas é preocupante”, explicou.
O presidente da Comissão de Finanças, vereador Jonas Camisa Nova (DEM), sinalizou que mais audiências serão realizadas para discutir o tema. “Os taxistas e os motoristas dos aplicativos não estão ganhando com essa situação. Vamos continuar o debate porque queremos saber quantos carros da Uber estão trabalhando e buscar um ponto de equilíbrio econômico”, disse.