Os diferentes tipos de compostagem foram discutidos durante a segunda parte do seminário “Compostagem na Cidade de São Paulo: Gestão Adequada dos Resíduos Orgânicos”, realizado nesta sexta-feira na Câmara Municipal.
Bióloga e técnica da Associação dos Moradores dos Jardins Petrópolis e dos Estados (Sajape), em Santo Amaro, Patricia Blauth explicou como funciona a compostagem de poda de árvores e jardins. Segundo ela, o processo é muito simples e pode trazer benefícios à população.
“Nós trituramos folhas, galhos e resíduos dos jardins e fazemos uma espécie de ‘monte’ com esse material, que, após três meses, poderá ser reutilizado em outros jardins. É como se esses restos virassem uma espécie de adubo, capaz de melhorar as condições físicas do solo”, explicou Patricia. “Se isso não fosse feito, esse material iria para o aterro sanitário e não poderia ser reutilizado”, acrescentou.
Outra experiência relatada durante o seminário foi o da feira limpa. O projeto, idealizado por Luciano Legaspe, tem como objetivo reaproveitar o lixo das feiras de ruas realizadas em São Paulo. Para isso, foram colocados ‘bags’ (sacolas de polipropileno) com capacidade de armazenar até mil litros de resíduos.
“O lixo deixou de ser jogado no chão e passou a ser descartado, de forma seletiva, nessas sacolas. O processo ajudou na limpeza dos locais onde são realizadas as feiras, que passou a ser mais rápida, já que os feirantes não jogam mais os produtos nas ruas”, destacou Legaspe.
A compostagem comunitária também foi discutida durante o seminário pelo engenheiro agrônomo Marcos José de Abreu, do Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo). O engenheiro apresentou o projeto Revolução dos Baldinhos, apoiado pela instituição, que recolhe e faz compostagem de resíduos orgânicos no bairro Monte Cristo, em Florianópolis (SC).
“Cada uma das 200 famílias que participam do projeto nos ajuda a recolher 15 toneladas de resíduos que antes eram descartados no próprio bairro, trazendo problemas para a população local, destacou Abreu. Segundo ele, o trabalho realizado fez com que esse lixo se transformasse em adubo orgânico para cultivar flores, hortaliças e até frutas.
O secretário adjunto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rubens Rizek, defendeu a compostagem, mas afirmou que é preciso um mercado estável para o consumo do produto final. É necessário criar uma demanda estável e clara para que as pessoas que se dedicam à realização da compostagem tenham um horizonte para desenvolver esses trabalhos, opinou.
Ainda participaram da segunda parte do seminário Claudio Spínola, da organização não governamental Morada da Floresta, e José Luiz Tomita, do Instituto Gea.
(10/8/2012 – 17h11)