Na manhã desta quinta-feira (25/2), em coletiva virtual, a Prefeitura de São Paulo anunciou a antecipação do início da vacinação contra a Covid-19 de idosos acima de 80 anos de idade para este sábado (27/2). O público dessa faixa etária soma 140 mil pessoas no município.
A imunização de idosos com mais de 80 anos estava prevista para começar apenas na segunda-feira (1/3), mas a partir deste sábado já poderá ser feita nos cinco postos de vacinação drive-thru e nas 82 AMAs espalhadas pela cidade. E, a partir da próxima segunda, terá início a vacinação desse grupo nas 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município.
A Prefeitura informou, ainda, que na próxima segunda vai passar a vacinar nas UBSs os profissionais de saúde autônomos acima de 55 anos de idade, independente de estarem ou não na linha de frente do combate à pandemia. A imunização desses profissionais com mais de 60 anos já havia começado no município.
Além disso, será iniciada na segunda-feira a vacinação de 3,5 mil profissionais da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e de entidades parceiras que atuam em aparelhos de assistência social do município e lidam com idosos e com a população em situação de rua na capital paulista.
Na coletiva, também foram apresentados os resultados do terceiro inquérito sorológico de 2021 realizado no município. O levantamento aponta que a prevalência do novo coronavírus na população da cidade é de 16%, ou seja, significa que essa parcela da população apresenta anticorpos contra o vírus.
Representando o Legislativo paulistano na coletiva, esteve presente a vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereadora Rute Costa (PSDB). Também participaram o prefeito Bruno Covas (PSDB); o vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB); o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido; e a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Maria Giannella.
No início da coletiva, o prefeito Bruno Covas agradeceu a Câmara Municipal de São Paulo pela aprovação, na última quarta-feira, do PL (Projeto de Lei) 55/2021, do Executivo, que prorroga a Renda Básica Emergencial na capital paulista por mais três meses com o pagamento de R$ 100 por pessoa. “Agradeço em seu nome, vereadora Rute Costa, por mais uma vez a Câmara Municipal ter correspondido a solicitação do Executivo no enfrentamento a uma pandemia que não é uma questão de governo ou oposição, direita ou esquerda. É uma questão de necessidade, de juntar todas as forças políticas para que a gente possa enfrentar esse grande desafio por que passa a cidade de São Paulo, o Brasil e o mundo”, destacou Covas.
Inquérito Sorológico
A terceira fase do inquérito sorológico foi realizada até o dia 4 de fevereiro, tendo como base 5.760 pessoas. Foram coletadas 1.745 amostras, com 281 pessoas positivas para anticorpos do novo coronavírus, resultando assim na prevalência de 16%.
Esse resultado apontou que a prevalência do novo coronavírus vem crescendo na população da capital, em relação aos levantamentos anteriores. Na fase 0/2020, a prevalência era de 9,5%. Na fase 1/2021, esse índice chegou a 14,1%. Já na fase 2/2021, se manteve em 13,9% e agora, na fase 3/2021, atingiu 16%.
Em linhas gerais, os dados mais recentes mostram maior aproximação das prevalências nas diferentes regiões do município em relação ao levantamento anterior. A prevalência foi de 11,8% na região Sudeste, 12,3% na Norte, 13,2% na Centro-Oeste e 16,4% na Sul. Entretanto, na fase 3, houve destaque para aumento da prevalência na região Leste: 22,9%.
A pesquisa também mostra aproximação da prevalência nas regiões de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) médio e alto. A prevalência por faixa do IDH se mantém menor na faixa de IDH alto (10,5%), em relação às faixas intermediária (16,0%) e baixa (20,5%)..
O estudo evidenciou que houve um relaxamento das medidas de distanciamento por uma parte da população: 35,9% do total das pessoas analisadas frequenta locais não essenciais. Além disso, há uma maior prevalência de infecção (17,6%) entre os indivíduos que frequentam pelo menos um dos seguintes locais: restaurantes, cafés/bares, hotéis, academia, em relação aos que não frequentam (prevalência de 15,1%).
Por fim, a pesquisa mostra que a prevalência entre os assintomáticos se mantém alta, em 43%. Segundo a Prefeitura, os resultados reforçam a necessidade de manutenção das medidas de distanciamento social em todas as regiões do município e classes sociais, bem como o uso de máscara.
Situação epidemiológica
Além do inquérito sorológico, foi apresentado um resumo da situação epidemiológica do município. Os dados oficiais mostram que o número de casos confirmados do novo coronavírus na primeira semana de janeiro de 2021 (19.995) se aproximou do número de casos do primeiro pico da pandemia, em junho de 2020 (20.415). A provável causa desse aumento de casos está ligada às aglomerações de final de ano.
Também há uma tendência de aumento do número de casos de síndrome gripal a partir de fevereiro de 2021, bem como de crescimento de casos hospitalizados de síndrome respiratória aguda grave no contexto do pós-Carnaval e com a circulação de novas variantes do vírus.
Os dados apontam que houve uma queda acentuada do número de óbitos a partir de setembro de 2020, com novo aumento a partir de novembro do mesmo ano. Entretanto, esse crescimento não alcança o pico do início da pandemia, mas é preciso manter-se alerta para as próximas semanas.
A situação epidemiológica do município mostra, ainda, que o número de casos de síndrome respiratória aguda grave a letalidade aumenta com a faixa etária, o que reafirma a necessidade de priorização desse público-alvo na vacinação contra Covid-19.
Mais sobre o novo coronavírus
Segundo dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus publicados pela Secretaria Municipal da Saúde, na última quarta-feira (24/2) a capital paulista contabilizava 18.433 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 624.076 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 786.735 casos suspeitos sob monitoramento. Até quarta, 891.779 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta quinta (25/2), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 70%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quarta (24/2), foi de 40%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Atuação do município
Até a última terça-feira (23/2), segundo dados da Prefeitura de São Paulo, haviam sido aplicadas mais de 612 mil doses da contra a Covid-19 na capital paulista. 479.071 pessoas haviam recebido a primeira dose da vacina e 133.629 já haviam tomado a segunda aplicação, totalizando 612.700 doses aplicadas na cidade.
Nesta fase da campanha, seguindo os critérios dos programas Estadual e Nacional de Imunização, fazem parte dessa primeira etapa de imunização no município até o momento: pessoas com 60 anos ou mais residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas); pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, abrigadas em Residências Inclusivas (institucionalizadas); população indígena vivendo em terras indígenas; quilombolas (previsto no Plano Nacional de Imunização, mas não há comunidades quilombolas no município de São Paulo); idosos (com mais de 85 anos – a partir de 11/02/2021); pessoas em situação de rua (com mais de 60 anos a partir de 12/02/2021); trabalhadores da saúde (grupos elegíveis definidos de acordo com instrutivos da página Vacina Sampa; e profissionais sepultadores, veloristas, cremadores e condutores de veículos dos cemitérios públicos e privados do município de São Paulo.
Para a segunda aplicação, também de acordo com os programas nacional, estadual e municipal, são atendidos os profissionais de saúde da linha de frente, idosos que vivem nas Instituições de Longa Permanência, pessoas com deficiências abrigadas em instituições sociais e indígenas aldeados da capital.
A Câmara durante a pandemia
Na Sessão Extraordinária da última quarta-feira (24/2), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em segunda e definitiva votação um texto substitutivo apresentado pela liderança do governo ao PL (Projeto de Lei) 55/2021, do Executivo. A medida prorroga a Renda Básica Emergencial na capital paulista por mais três meses com o pagamento de R$ 100 por pessoa. O projeto, aprovado por 53 votos favoráveis e nenhum contrário, segue para sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB).
Além da prorrogação do benefício, o texto autoriza a Prefeitura de São Paulo a adquirir vacinas contra a Covid-19. A compra dos imunizantes depende do aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e poderá ser feita caso as doses do Plano Nacional de Imunização, do governo federal, sejam insuficientes para imunizar a população paulistana.
O projeto da Renda Básica Emergencial prevê o pagamento de R$ 100, durante três meses, para todas as pessoas cadastradas até 30 de setembro de 2020 no Programa Bolsa Família, do governo federal. A medida também propõe o benefício aos trabalhadores ambulantes inscritos no programa “Tô Legal” e com o TPU (Termo de Permissão de Uso) regularizado.
O texto inclui ainda a família monoparental, formada por um dos responsáveis e os filhos, com R$ 200 para a mãe ou para o pai responsável. O mesmo valor também será concedido para cada pessoa com deficiência integrante de um grupo familiar contemplada na proposta, exceto para o munícipe beneficiado com o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
O auxílio está previsto para 480 mil famílias, que correspondem a aproximadamente 1,3 milhão de pessoas. Os gastos com os pagamentos das três parcelas giram em torno de R$ 420 milhões. O objetivo da Renda Básica Emergencial é auxiliar a população paulistana que enfrenta dificuldades financeiras em decorrência da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19.
Em um artigo aprovado no mesmo projeto, a Câmara autorizou a Prefeitura de São Paulo a comprar vacinas contra a Covid-19 em caso de oferta insuficiente de imunizantes pela União. As vacinas devem ser aprovadas pela Anvisa.
No caso de descumprimento do prazo legal de aprovação da vacina pela Anvisa, o texto autoriza a prefeitura a adquirir imunizantes já aprovados por agências reguladoras internacionais.
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