Moacir Longo foi vereador na Câmara Municipal de São Paulo por menos de um ano. Eleito em 1963, ele foi cassado após o golpe que instalou o regime militar no Brasil. Longo, que era do Partido Socialista Brasileiro (apesar de ser na verdade dirigente do Partido Comunista), foi o único a perder o cargo na ocasião, e terá o mandato restituído em sessão solene simbólica na próxima segunda-feira (9/12).
Para ele, a lembrança de sua cassação, assim como a de outros vereadores paulistanos em diferentes períodos, é importante como maneira de afirmar que nunca tivemos no Brasil uma democracia real. O que vemos é um histórico de repressão a movimentos sociais e arbitrariedades, argumentou.
Longo acredita que a coerção de manifestações populares continue até hoje, porém acredita que cassações sejam difíceis de se repetir. Isso porque, ele disse, não existe mais a bipolaridade da Guerra Fria para servir de pano de fundo para ataques a movimentos sociais.
Sobre a cassação, Longo disse que ela não foi um divisor de águas em sua vida. Continuei no Partido Comunista, juntando cacos, organizando os militantes, lembrou. Em 1972, ele foi preso, e ficou detido por cerca de dois anos e meio. Fico feliz com o reconhecimento da luta, faz parte da nossa memória, afirmou.
Longo presidirá a sessão solene de devolução dos mandatos, ao lado de Arnaldo Pastrelli, impedido de assumir em janeiro de 1948. O evento ocorrerá às 19 horas, no Plenário 1º de Maio.
(09/12/2013 – 17h10)