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O vereador Carlos Neder (PT) foi à tribuna da Câmara nesta quinta (12) propor uma visita da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher ao prédio onde funcionou o Hospital Sorocabana, fechado em 2010. O parlamentar classificou o estado das instalações como desolador.
São paredes destruídas, móveis quebrados, material médico-hospitalar espalhado pelo chão. E, pasmem, são pilhas e pilhas de prontuários médicos esparramados em diversos andares do hospital, contou Neder, que visitou o local para acompanhar a implantação de uma das unidades de Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) prometida pela Prefeitura no imóvel em que funcionou o Sorocabana.
Apesar de ser entidade privada, grande parte dos atendimentos do Sorocabana eram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Neder, a instituição que geria o hospital recebeu do Erário pelo menos R$ 108 milhões.
Ele criticou também o fato de a reforma para implantação da AMA, que será administrada por uma entidade particular, estar sendo bancada com dinheiro público.
ENTENDA O CASO
O Hospital Sorocabana apresentava problemas financeiros há vários anos. No ano passado, o Governo do Estado obteve na Justiça a reintegração do imóvel onde funcionava a instituição, cedido na década de 50, sob a condição de funcionar como instituição beneficente de saúde.
Em 2009, após uma auditoria constatar irregularidades no uso da verba do SUS, a Secretaria Municipal de Saúde diminuiu os repasses e, por fim, encerrou o convênio com o Sorocabana. Sem o dinheiro público, a instituição entrou em crise financeira e acabou fechando no ano seguinte.
Neder protocolou o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos desvios de dinheiro público realizados pelo hospital, mas ela não foi escolhida entre as três comissões instaladas este ano. Os vereadores que se opuseram a coloca-la como prioridade argumentaram que a investigação atrasaria a implantação da AMA.
(12/4/2012 – 20h45)