A Câmara dos Vereadores aprovou, nesta terça-feira (23/05), durante sessão plenária, a instalação da CPI para apurar eventuais irregularidades contra os mais de 4 mil comerciantes da Feira da Madrugada do Brás, na região central de São Paulo. O pedido foi feito pelo vereador Adilson Amadeu (PTB).
De acordo com ele, há indícios de que boxes do local estejam alugando armas de fogo, além de reclamações de comerciantes contra o Consórcio SP, empresa vencedora de uma licitação realizada na gestão Fernando Haddad (PT) e que administra um dos maiores locais de comércio popular do mundo.
“São 4,2 mil pessoas que estão pagando R$ 900 por mês e simplesmente não estão vendo nada. Foram obrigadas a alugar boxes do lado de fora da feira”, disse o petebista após a aprovação da CPI. Os membros na comissão devem ser nomeados ao longo das próximas sessões plenárias.
Ele defende que o consórcio seja chamado para prestar esclarecimentos. Ainda de acordo com o vereador, comerciantes construíram boxes sem autorização em uma área irregular do espaço, conhecida, segundo ele, como “Oscar Freire”.
O vereador Eduardo Suplicy (PT) contrariou a instauração da CPI porque, segundo ele, durante a leitura do pedido, os presentes não conseguiram entender do que se tratava o requerimento apresentado à mesa diretora por Adilson Amadeu. A leitura foi feita por Eduardo Tuma (PSDB), que no momento substituía o presidente Milton Leite (DEM).
Por três vezes os vereadores pediram para que o áudio da sessão, no momento da aprovação da CPI, fosse reproduzido para que não houvesse dúvida sobre a validade do requerimento. O ex-senador, no entanto, disse não temer a CPI, já que o consórcio vencedor ganhou a licitação durante o governo petista.
“Aqui reitero que não tenho qualquer receio a todo o histórico da Feira da Madrugada, não estou defendendo interesse de qualquer parte”, afirmou Suplicy ao final da reunião. Ele, no entanto, defende que a Casa ouça, na próxima sexta-feira (26/5), as reclamações dos comerciantes na Audiência Pública para tratar de assuntos referentes à Feira da Madrugada.
Cracolândia
Antes da instauração da CPI, os vereadores abordaram a ação das polícias Civil e Militar na região da Cracolândia. Mais de 900 agentes de segurança entraram no local, no último domingo, em uma operação para combater o tráfico de drogas. A entrada dos assistentes sociais e de saúde da gestão João Doria (PSDB) veio depois.
Alguns vereadores da oposição criticaram a postura da prefeitura de derrubar uma antiga pensão com pessoas dentro, na tarde desta terça-feira, deixando três feridos. Uma reunião extraordinária da Comissão de Direitos humanos foi convocada para as 17h30 da próxima quinta-feira (25/5).
“Eu acho que foi uma ação bastante irresponsável, que visou um show de marketing e pirotecnia para mostrar trabalho para uma parte da sociedade que é conservadora”, afirmou Samia Bonfim (PSOL). Segundo ela, a operação “não acabou com o problema” do bairro que concentra dependentes químicos.
“O que tem por trás é a força da especulação imobiliária. É uma região muito rentável, com vários terrenos baldios e que pode, inclusive, construir prédios luxuosos sem compromisso com aquela população”, disse a vereadora.
Membros do governo do PSDB vieram em defesa da ação. O tucano João Jorge, por exemplo, elogiou tanto as ações policiais quanto as da prefeitura. A administração municipal quer derrubar pensões do bairro, acabar com o programa de redução de danos Braços Abertos, da gestão Haddad e implementar o programa Recomeço.
“O governo Doria já vinha estudando um conjunto de ações pelo fim da Cracolândia. Eu mesmo vi o prefeito se reunir com as áreas de assistência social, segurança e de saúde para, então, em algum momento, começar algo que visa acabar com a Cracolândia”, explicou Jorge.
“O que tinha ali era uma feira de drogas. Na segunda-feira, o governo Doria já tinha mais de 600 profissionais trabalhando para o acolhimento dos dependentes químicos. Foi positiva a ação da polícia e é positivo o que vai acontecer daqui para frente.”
E bom q essa CPI seja feita com muita transparencia para nao deixar nos comerciantes com duvidas. Estou na ferinha desde o inicio e esse consorcio nao fez nada por nos feirantes pelo contrario estamos vendo muitas irregularidades e interesses proprios. Por favor nos ajude os trabalhadores tao sofrido.