A forte chuva que causou estragos na cidade de São Paulo dominou os debates da Sessão Plenária desta terça-feira (11/2). Vereadores utilizaram a Tribuna do Plenário 1° de Maio para debater e propor soluções.
Meio ambiente e políticas públicas
Para o vereador Gilberto Natalini (PV), as mudanças climáticas provocadas pelo desmatamento de áreas verdes e pelas ocupações irregulares são fatores determinantes para os alagamentos. O parlamentar também destacou a importância de políticas públicas para evitar as enchentes.
“A cidade não se prepara. Não é um problema só de um governo, são muitos governos. As matas estão sendo derrubadas com uma violência enorme. Isso ajuda a aumentar a incidência e a violência da chuva”, falou Natalini.
O vereador João Jorge (PSDB) disse que a capital paulista tem uma política pública estabelecida para enfrentar as fortes chuvas. Como forma de prevenção, segundo o parlamentar, a prefeitura realizou a limpeza de córregos, afluentes dos grandes rios e dos piscinões nos últimos meses.
“O prefeito também está construindo novos piscinões, se não o que aconteceu em São Paulo teria sido muito mais grave. Apesar de tudo o que aconteceu, a prevenção fez com que não houvesse sequer uma vítima fatal”, disse João Jorge.
Resgates
O trabalho da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi lembrado por parlamentares.
Para o vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC), as instituições tiveram papel fundamental para socorrer moradores da capital:
“Quero parabenizar e ressaltar o excelente trabalho de homens e mulheres que nunca se refutaram a salvar a vida das pessoas, que são os policiais militares, bombeiros e GCMs”.
O vereador Camilo Cristófaro (PSB) também destacou o trabalho dos policiais, bombeiros e guardas municipais:
“Quero pedir à população de São Paulo que agradeça à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo. Heróis da GCM salvaram uma senhora de 73 anos”.
Lixo
A limpeza da cidade de São Paulo foi um dos focos do discurso do vereador Adilson Amadeu (DEM). O parlamentar também cobrou mais consciência das pessoas para que não joguem lixo nas ruas:
“A população tem que saber que não pode fazer isso (jogar lixo na rua). Temos que nos preocupar. Agora, nós temos 300 córregos e nada foi feito. Ninguém limpou córrego nenhum”.
O vereador Milton Leite (DEM) concorda que o lixo jogado nas ruas e as ocupações irregulares provocam enchentes, mas para o parlamentar um outro motivo para os alagamentos é a falta de vazão da água:
“A saída da água é para o (Rio) Tietê, que é o escoamento da cidade de São Paulo. A água drenada de São Paulo só tem essa saída. Ela está estrangulada”, disse.
Mudanças climáticas
Da Tribuna do Plenário, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) disse que a gestão municipal tem que ficar atenta às mudanças climáticas:
“A administração tem que estar conectada com essas novas mudanças. A gente sabe que irão ter outros anos com chuvas fortes, porque a mudança climática é questão no mundo inteiro”.
O vereador Paulo Frange (PTB) destacou que as mudanças climáticas têm provocado situações adversas em diversos países. Entretanto, o parlamentar afirmou que os trabalhos preventivos são essenciais:
“Há mais de cinco meses, o município de São Paulo tem feito limpeza de bueiros e córregos em todas as subprefeituras, tirando mais de mil toneladas por mês de sujeira. Imagina se não tivéssemos tirado tudo isso?”.
Responsabilidades
Para o vereador Senival Moura (PT), é preciso apontar as responsabilidades:
“É fácil dizer que a população é culpada, que o povo não foi atento. Temos que dar responsabilidade a quem tem. Especialmente aquele que não fez o serviço que deveria ter sido feito”.
A vereadora Soninha Francine (CIDADANIA) discutiu o assunto. Ela reconhece que o lixo e as ocupações irregulares contribuem com os alagamentos, mas a parlamentar também entende que a questão estrutural influencia para aumentar o problema:
“A gente tem problemas com a varrição, com a educação, com o lixo em lugar errado, de coleta deficiente, de irregularidade, ilegalidade. Tudo agrava as enchentes. Mas não isso que acontece quando você tem 160 milímetros de chuva da noite para o dia”.
Assista a sessão plenária na íntegra: