O anúncio do Governo do Estado de São Paulo sobre a reabertura gradual de setores da economia durante a quarentena foi tratado por quase todos os parlamentares que utilizaram a Tribuna Livre desta quarta-feira (27/5). Os trabalhos da sessão foram conduzidos pela vereadora Soninha Francine (CIDADANIA).
Plano SP
O Plano São Paulo, anunciado pelo governador João Doria no início da tarde desta quarta-feira, estabelece ações progressivas para a retomada das atividades econômicas em todo o Estado de SP a partir de 1° de junho.
Segundo o governo, o programa foi dividido em cinco fases e segue as orientações das autoridades estaduais do Centro de Contingência do coronavírus e do Comitê Econômico Extraordinário. As diretrizes previstas no plano estão disponíveis no site do Governo do Estado de São Paulo.
Os prefeitos das cidades paulistas ficam autorizados a conduzir e fiscalizar a flexibilização de setores econômicos de acordo com as características dos cenários locais. O Governo de SP ressaltou ainda que o distanciamento social continua sendo a principal recomendação para evitar a propagação da Covid-19.
Nesta quinta-feira (28/5) o prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), irá explicar em entrevista coletiva, às 12h30, como será o plano de retomada das atividades econômicas na cidade de São Paulo.
Líderes do governo e da oposição
O líder do governo na Casa, vereador Fabio Riva (PSDB), foi o primeiro a discursar. Riva apresentou os números de pessoas infectadas com o vírus, de óbitos e também destacou as ações adotadas pela Prefeitura de São Paulo para combater o coronavírus. O parlamentar falou ainda sobre a expectativa de reativação gradativa da economia na capital paulista.
“O processo está só no início. Esse processo consciente de retomada vai depender desses índices. A cidade se preparou, tomou as medidas acertadas, muitas vezes impopulares, mas necessárias”, disse Riva.
Já o líder da bancada do PT na Câmara, vereador Alfredinho (PT), demonstrou preocupação com o eventual retorno progressivo das atividades econômicas na cidade diante do atual cenário de pandemia na capital. Durante o discurso, Alfredinho fez alguns questionamentos.
“Se realmente nós estamos em um momento controlado, por que está querendo contratar e construir mais hospitais de campanha, mais leitos hospitalares? São coisas que o governo precisa explicar melhor”, falou o líder do PT na Casa.
Flexibilização
Para o vereador Antonio Donato (PT), o governo deve ter cautela ao iniciar a flexibilização da economia para prevenir a saúde da população paulistana. “Espero que não gere mais mortes. Algumas medidas já tiveram de ser recuadas por conta de serem feitas no improviso e sem as melhores informações cientificas”.
Por outro lado, o vereador Daniel Annenberg (PSDB) elogiou as medidas adotadas pela Prefeitura de SP e disse que a retomada será cuidadosa. “Não é o momento de uma abertura desenfreada. É um momento de muito cuidado, de muita segurança. Aqueles que precisam sair, sim. Aqueles que não precisam, é importante que fiquem em casa”.
Reabertura das igrejas
Um dos temas pontuados pelo vereador Rinaldi Digilio (PSL) foi em relação à reabertura das igrejas. De acordo com ele, os templos religiosos têm valor essencial para a sociedade e deveriam estar livres do isolamento social.
“Claro, que seguindo as orientações do Ministério da Saúde, pessoas usando máscaras, álcool em gel à disposição, o distanciamento, 30% da ocupação e aferindo a temperatura. Infelizmente, o Governo de SP não colocou a igreja como sendo essencial”, disse Rinaldi.
O vereador Gilson Barreto (PSDB) também defendeu a religiosidade das pessoas, mas para conter o risco de disseminação da doença ele considera prudente manter as igrejas com as portas fechadas.
“Eu tenho um respeito muito grande, eu sou católico, também quero que a minha igreja abra logo as portas. Mas, é um risco muito grande. A gente tem que entender que as normas colocadas são estudas cientificamente”, falou Barreto.
Saúde e proteção social
O vereador Gilberto Natalini (PV) também utilizou a Tribuna Livre para falar sobre as ações de combate à Covid-19 na cidade de São Paulo. Natalini apoiou o trabalho do sistema municipal de saúde. “Isso não significa que a gente deve abaixar a guarda. Tem que continuar atuando, firmemente. De qualquer forma deixo o meu registro por todo esse esforço que foi feito”.
Em contraponto, o vereador Celso Giannazi (PSOL) diz que a situação nacional ainda é preocupante. O parlamentar também pediu cautela nas decisões do prefeito Bruno Covas. “Tem que ter um olhar para a proteção social. Muitas pessoas não conseguem fazer o isolamento social porque falta proteção social, tanto dos níveis federal, estadual e municipal”.
Sistema do Plenário Virtual
Ainda na Tribuna Livre de hoje (27) foram incluídos na pauta do Sistema do Plenário Virtual da Câmara Municipal de São Paulo 128 projetos de autoria dos próprios vereadores. Os parlamentares têm até o dia 4 de junho para discutir e votar as propostas.
Também discursaram na Tribuna Livre desta quarta-feira os vereadores Eduardo Suplicy (PT), José Police Neto (PSD), Prof. Claudio Fonseca (CIDADANIA), Reis (PT), Senival Moura (PT), Soninha Francine (CIDADANIA) e Souza Santos (Republicanos). A sessão na íntegra está disponível aqui.