MARIA RITA WERNECK
DA TV CÂMARA
Os vereadores Adilson Amadeu (PTB), Sâmia Bomfim (PSOL) e Toninho Véspoli (PSOL) estiveram nesta terça-feira o Ateliê da Margem, espaço que há quatro anos realiza com a comunidade do Grajaú, na zona Sul, trabalhos de inclusão sociocultural a partir de diversas linguagens artísticas, entre elas o grafite. A visita foi um convite do vereador Eduardo Suplicy (PT), que pretende aproximar os parlamentares desta arte de rua.
“Nós viemos aqui especialmente para aprender. Aprender com eles sobre o quão significativo é toda a história dos pichadores, dos grafiteiros”, disse Suplicy.
Artista plástico e grafiteiro, Marcos Vinícius Teixeira Ramos falou sobre a história e os conceitos do grafite. “Já é uma linguagem que tem cerca de 40 anos, o grafite e a pichação. E a gente pode dialogar, colocar o nosso ponto de vista, nosso pensamento, a raiz das coisas”, explicou.
Para simbolizar a arte de rua organizada na cidade de São Paulo, o vereador Adilson Amadeu entregou a um dos integrantes do projeto Imargem — ação que critica questões sociais e ambientais a partir de expressões artísticas — um kit com latas de spray e máscara, que acabou sendo usado pelos próprios vereadores em um dos muros do local.
“É uma arte urbana, de rua. Inclusive, a gente acaba exportando isso para o mundo inteiro. São Paulo hoje, em termo de grafite e picho, é referência no mundo inteiro. Vieram vários artistas de outros países, da Alemanha, aqui porque eles querem conhecer a cidade de São Paulo, em especial o Grajaú, onde isso é muito forte”, disse o vereador Toninho Vespoli (PSOL).
Durante a visita, os vereadores falaram sobre os murais que a prefeitura irá criar pela cidade para que os grafiteiros possam se expressar. Esta iniciativa, chamada de ‘Museu de Arte de Rua a Céu Aberto’, foi anunciada pelo prefeito João Doria durante a sanção do Projeto de Lei que institui punição a quem pichar imóveis públicos e privados na capital.
“Acho que essa iniciativa é válida, no limite que ela não coíba e não proíba livres manifestações. Uma das coisas que a gente pôde aprender aqui é que o grafite, a arte de rua, parte de uma lógica da liberdade expressão, de você poder viver e registrar suas marcas na cidade, de acordo com sua cultura, com a sua identidade”, afirmou a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL).
“Eu acho muito interessante, porque quando você traz essas pessoas preocupadas e apresenta a arte deles, a iniciativa, mostra que o Executivo e também o Parlamento têm que dar todo o apoio para que isso aconteça”, disse o vereador Amadeu.
“O grafite na sua essência vai continuar existindo, independente de regulamentação, financiamento e de autorização. Se por um lado existe algum tipo de regulação, de fomento, é muito positivo. São bem-vindos, porque isso mostra que o poder público está se importando com esta questão, com essa causa. Então, a gente vê de uma forma positiva e estamos aí para colaborar com a prefeitura, com o poder público no que for preciso”, disse Mauro Neri, artista plástico e grafiteiro.