No fim da década de 1960 o mundo conheceu a Guerra dos Seis Dias, entre a República Árabe Unida e Israel. O Batalhão Suez, formado por 20 contingentes do Exército Brasileiro, foi enviado ao Oriente Médio a partir de novembro de 1956 como parte das Forças de Paz da ONU (Organização das Nações Unidas).
Ao todo, sete soldados brasileiros morreram durante praticamente uma década de presença militar no local.
Na tarde de 5 de junho de 1967, a última vítima foi o cabo Carlos Adalberto Ilha de Macedo. Ele foi atingido por um projétil e não resistiu. Naquele mesmo dia os indianos, aliados, sofriam a perda de um pelotão inteiro.
Esses dois fatos foram vistos de perto e marcaram a vida de Walter Mello de Vargas, um dos boinas azuis que combateram no Canal de Suez.
“O meu contingente foi o vigésimo e último. Nós brasileiros tivemos muita sorte e competência para evitarmos a perda de mais vidas. Não só dos nossos soldados, mas em toda a Faixa de Gaza no período de 10 anos em que as tropas brasileiras se revezaram para manter a paz naquela região. Muitas crianças foram salvas”, lembrou Vargas.
O veterano, herói de guerra, é hoje o presidente da Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz. Apesar do trabalho incansável de resgate e preservação da memória, com o objetivo de divulgar a importância da paz, ele lamenta que após 60 anos o mundo ainda não tenha aprendido com o passado.
“Naquela época nós sonhávamos com um mundo diferente, mais pacífico e com melhores condições de vida. Infelizmente não é isso que está acontecendo hoje. Mas para nós é sempre muito importante comemorarmos simbolicamente os 60 anos dessa missão de paz histórica”, disse.
O evento em homenagem aos 60 anos do Batalhão Suez foi realizado nesta terça-feira (13/6) no Salão Nobre da Câmara de São Paulo. A solenidade é a quarta de uma série de comemorações iniciada em outubro do ano passado no Legislativo Paulistano.
O autor da iniciativa, Claudinho de Souza (PSDB), foi representado pelo vereador Dr. Milton Ferreira (PSD). “É uma homenagem justa da Câmara Municipal de São Paulo a esses homens, militares e policiais, que lutam e dão a vida pelo bem estar da sociedade”, destacou Ferreira.
Além dos ex-boinas azuis, servidores da Segurança Pública de São Paulo também receberam medalhas de honra e bravura.