Ricardo Moreno / CMSP
O projeto de lei que dispõe sobre a presença obrigatória de médico veterinário em casas atacadistas de carnes, supermercados e hipermercados na cidade de São Paulo, de autoria do vereador Jamil Murad (PCdoB), foi tema de audiência pública nesta terça-feira na Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher.
Murad explicou que a ideia do projeto surgiu de debates junto à sociedade na ocasião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apurou os trabalhos da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde). Segundo ele, existem casos concretos de mau armazenamento e manipulação inadequada de alimentos de origem animal no comércio varejista, e “isso pode colocar em risco a saúde da população”.
“Sei que sempre há resistência de empresas que não querem ver sua folha de pagamentos aumentada, mas isso é um pingo d’água no mar diante do volume financeiro movimentado pelo setor”, defendeu Murad. “A manutenção de um médico veterinário, que é o profissional habilitado para fazer esse controle, é muito baixa perto do retorno muito alto à sociedade”, acrescentou.
Para Sheila Pincinato, do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), a atuação do veterinário é de suma importância para a saúde pública e para a garantia da segurança dos alimentos vendidos à população, uma vez que ele previne zoonoses e contaminação. “A população deve exigir esse tipo de segurança”, disse.
Já Ricardo Moreira Calil, do Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, lembrou que muitas vezes o alimento que sai devidamente inspecionado do produtor é “maltratado” no ponto de venda no momento em que é fracionado. “O manuseio muitas vezes ocorre em condições totalmente inapropriadas”, explicou.
(03/05/2011 – 15h10)