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Violência contra a mulher é tema de debate na Câmara

Por: - DA REDAÇÃO

3 de março de 2016 - 21:47

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Com o tema “Violência contra a Mulher – Quem Cala Consente?”, mulheres de diversos setores da sociedade se reuniram na Câmara Municipal na noite desta quinta-feira (3/3) para debater os principais aspectos da violência sofrida pelas mulheres, os meios de defesa e a garantia de direitos do gênero. A iniciativa do encontro foi do vereador Laércio Benko (PHS).

Questões como a violência doméstica, a conquista de espaço no meio cooperativo e abusos sexuais sofridos pelas mulheres no transporte público foram abordadas no debate. De acordo com o balanço dos atendimentos realizados de janeiro a outubro de 2015 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), os registros de denuncias de violência contra a mulher aumentaram 40% em relação ao mesmo período de 2014.

Do total de 63.090 denúncias de violência, quase 50% corresponderam a denúncias de violência física, 30% de violência psicológica, 7% de violência moral e 5% de violência sexual. Os atendimentos registrados pelo Ligue 180 ainda revelaram que 77,83% das vítimas possuem filhos e que 80,42% desses filhos presenciaram ou sofreram a violência.

2016-03-03- SP Câmara Municipal de São Paulo Sessão Solene – Violência Contra a Mulher. Quem Cala Consente? Foto: André Bueno/ CMSP "Créditos Obrigatórios. Todos os direitos reservados conforme lei de direito Autoral Número 9.610"

Delegada da delegacia da Mulher Rosemary Correa

Para a presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina e a primeira delegada a comandar uma Delegacia da Mulher (DDM), Rosemary Correa, o avanço no quadro de denúncia se deve ao acesso à informação. “Tenho certeza que esse aumento se deve a você colocar mais meios à disposição da mulher que sofre a violência para denunciar. Então quanto mais se fala e dá publicidade aos organismos existentes para ajudá-las, mais você vai ter mulheres que vão criar coragem e procurar esses mecanismos para fazer essa denuncia”, afirmou.

Sobre o atendimento às vítimas, a delegada Rose acredita que DDM criada a mais de 30 anos teve um papel fundamental para o combate da violência e assistência às vitimas. “A delegacia da mulher foi na verdade a abertura para que se conhecesse um pouco do que acontecia com a mulher, principalmente dentro de casa, e a partir dessa publicidade você criasse não só o mecanismo da delegacia da Mulher, mas vários mecanismos complementares para ajudar essa mulher integralmente. Então acho que a DDM foi o primeiro passo, um passo vitorioso”, completou.

2016-03-03- SP Câmara Municipal de São Paulo Sessão Solene – Violência Contra a Mulher. Quem Cala Consente? Foto: André Bueno/ CMSP "Créditos Obrigatórios. Todos os direitos reservados conforme lei de direito Autoral Número 9.610"

Socióloga e professora da USP (Universidade de São Paulo) Eva Blay

“O que é importante é a mulher denunciar. Ela não ficar quieta, ela tem que colocar a boca no mundo, contar, reclamar, não deixar ser assediada, mostrar que ela existe e que tem direito. Desde criança, acho fundamental. Quando uma criança diz que está acontecendo alguma coisa, que ele não esta entendendo muito bem, acredite”, alertou a socióloga e professora da USP (Universidade de São Paulo), Eva Blay.

Além do incentivo às denuncias de abuso e violência, o vereador Laércio Benko defendeu a proposta de terapia florias e alternativas para as vitimas de agressões. “Ao mesmo tempo em que buscamos debater as causas e a forma de combater a violência contra a mulher, tentamos inovar como uma das formas de combate ou pelo menos amenizar os problemas pós-violência, que são as terapias integrativas. Os florais, o reiki e o shiatsu, que podem ser usados em prol das mulheres que sofrem as violências. Então aqui estamos combatendo a causa e com uma proposta inovadora para tratar os efeitos”, ressaltou o vereador.

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