A Câmara Municipal de São Paulo recebeu nesta segunda-feira (11/9) o seminário “A Violência no Âmbito Escolar: Construindo Caminhos para a Convivência Positiva”. O evento, proposto pelo vereador Eliseu Gabriel (PSB), discutiu a prevalência e causas da violência escolar e as estratégias de prevenção e de como lidar com a violência no ambiente escolar, com o intuito de promover escolas mais seguras e inclusivas, onde a violência seja reduzida e a convivência positiva seja incentivada.
Segundo a organização do debate, a violência escolar é uma preocupação crescente que exige atenção e ações imediatas. No entendimento de Eliseu Gabriel, a escola deve ser um ambiente privilegiado de aprendizagem e de desenvolvimento integral dos estudantes. “O que acontece é que, muitas vezes, torna-se palco de conflitos, intimidação, agressão e ataques violentos. A sociedade está muito violenta e isso se reflete na escola também. Nosso esforço deve ser voltado para prevenir as inúmeras violências que ocorrem nas instituições de ensino, pois a violência não combina com a educação. Enfrentar a violência escolar não é apenas uma responsabilidade das escolas”.
O seminário trouxe a participação de especialistas ligados à área da educação. Telma Vinha, professora da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), apresentou dados e conclusões de um estudo aprofundado sobre os ataques a escolas no Brasil, com as características de cada um deles, os contextos e os envolvidos, alertando que o fato pode ocorrer em qualquer escola. “Quando se discute a convivência na escola, estamos abordando que tipo de sociedade queremos no futuro. Existem várias formas de violência, como esses ataques recentes. O mapeamento identificou 33 ataques no Brasil desde 2001 cometidos por estudantes e ex-estudantes”.
Presidente do IBSA (Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada), Cesar Callegari também fez parte da mesa do seminário que abordou a violência escolar. Para ele, uma escola com clima de paz é uma instituição não somente segura, mas de qualidade melhor. “Toda forma de repressão é uma forma de violência e violência gera violência. O que acontece em muitas escolas é o silenciamento de alunos e professores. Então, quando você mobiliza múltiplas formas de expressão e a escola se coloca para ouvir, a gente consegue entrar em um acordo democrático e participativo para que a escola seja mais segura”, explicou o sociólogo.
A Secretaria Municipal de Educação foi representada pelo diretor da Divisão de Gestão Democrática e Programas Intersecretariais. Rogério Gonçalves da Silva observa a atual situação de maneira preocupante. “´É uma preocupação de toda a sociedade no enfrentamento contra a escola e na escola. Nós atuamos na perspectiva da educação em direitos humanos, primando pela participação e envolvimento dos estudantes e famílias com os educadores”.
O seminário pode ser visto abaixo: